Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
10/4/2008 | Atualizado 11/4/2008 às 0:30
A CPI Mista dos Cartões Corporativos não está morta. A sentença foi proferida pelo deputado Índio da Costa (DEM-RJ), membro do colegiado, no instante em que mostrava a jornalistas presentes ao Senado, agora há pouco, dois relatórios – fornecidos pelo Banco do Brasil e pelo Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) – sobre gastos com cartão corporativo do governo federal, de 2002 a 2008. “A CPI só esteve na UTI para aqueles que são pouco crédulos.”
A lista do Siafi contém descrição de despesas sem registro do usuário, em que lê-se “Presidência da República” no campo denominado “favorecido”, tendo como UG (unidade gestora) a Secretaria de Administração da Presidência da República. Ao todo, R$ 5 mil foram sacados no caixa pelos chamados “ecônomos” do governo (titulares de cartão), sem registro nominal.
Só a lista do Banco do Brasil totaliza mais de R$ 1 milhão em gastos, grande parte deles atribuídos à “UG” Universidade do Paraná. Órgãos e autarquias de estados diversos também aparecem entre as unidades gestoras favorecidas, entre eles a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca; a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); unidades estaduais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), entre outras; a Fundação Universidade de Brasília; e universidades federais.
O reitor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ulysses Fagundes Neto, por exemplo, gastou R$ 39, em 2006, em um free shop. A reportagem do Jornal Nacional (Rede Globo) entrou em contato com o reitor, que respondeu não se lembrar da compra. Ele argumenta que as todas as suas contas foram auditadas e aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
De posse das informações, o deputado fluminense explicou por que a CPI “está apenas nascendo”. “Vou aprofundar os estudos neste final de semana, na terça-feira (15), uma CPI que todo mundo achava estar morrendo, ela está simplesmente nascendo. Agora temos as informações para começar a trabalhar, e a acabar do governo o rigor, que é aquilo que o governo não sabe muito bem o que é: controle”, fustigou.
Índio minimizou o fato de a maioria governista no colegiado estar barrando seguidos requerimentos de convocação de nomes como a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). “Não tem problema: tudo o que a gente está perdendo aqui na CPMI estamos recorrendo ao STF [Supremo Tribunal Federal]. Tenho informações de que eles não têm como não nos enviar [dados referentes a gastos do governo federal]”, ponderou.
“Fiz um requerimento de informações e dei entrada, na parte da tarde, com o deputado Vic Pires (DEM-PA), para que eles nos informem a respeito desses gastos, dos quais a gente não consegue identificar onde foram feitos”, adiantou o parlamentar, informando que, ao todo, foram R$ 72 milhões em saques e mais de R$ 30 milhões em pagamentos feitos diretamente (com o cartão).
O deputado fluminense disse ainda achar estranho que, nos documentos, não haja “empenho prévio” que justifiquem os gastos. “Ao fixar despesas no orçamento, depois tem de empenhar, isto é, a reserva do dinheiro para você poder fazer a compra ou contratar o serviço”, explicou Índio. “Se não tiver prévio empenho é crime.” (Fábio Góis)
Temas
DEFESA DO CONSUMIDOR
Lula sanciona lei que cria novos direitos para clientes de bancos
RESOLUÇÃO DERRUBADA
Veja como cada deputado votou no projeto sobre aborto em crianças
PROTEÇÃO À INFÂNCIA
Governo critica projeto que suspende norma sobre aborto legal infantil