O ESTADO DE S.PAULO
Relator quer cartão para uso de verba indenizatória
Escalado pela base governista para controlar as investigações na CPI dos Cartões, o deputado petista Luiz Sérgio (RJ) atraiu críticas de aliados e adversários ao avisar que vai propor a obrigatoriedade de uso do dinheiro de plástico para os 513 deputados e 81 senadores gastarem a verba indenizatória de R$ 15 mil mensais. Relator da CPI, Luiz Sérgio diz que a proposta estará no parecer que apresentará no dia 27 de maio.
De acordo com a proposta do parlamentar, e tal como ocorre no Executivo, a prestação de contas dos parlamentares também terá de ir para o Portal da Transparência. Mas o petista não quer enquadrar apenas o Legislativo: defende a tese de que os gastos com os cerca de 3 mil cartões corporativos que estariam em mãos dos funcionários do Judiciário e do Ministério Público também sejam divulgados no Portal.
Governo analisa restrição à entrada de dólar especulativo
O governo está disposto a restringir o ingresso de capital estrangeiro, se o grau de investimento aplicado quarta-feira ao Brasil pela agência Standard & Poor's realmente atrair uma enxurrada de dólares. O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, discutirão isso quarta-feira, durante reunião da coordenação política, informa Beatriz Abreu. Ainda não há receita para a restrição. Lula e Mantega querem criar uma rotina para acompanhar o ingresso de capitais e montar uma estratégia de alongamento do perfil da dívida interna e de preservação de crescimento da economia no ritmo de 5% ao ano. Não há intenção de mexer no câmbio flutuante ou de aceitar visões ideológicas contra o capital estrangeiro.
Inventaram uma profissão driblando a lei: a de prefeito
A legislação brasileira permite que os prefeitos sejam reeleitos apenas uma vez. Mas alguns deles descobriram um jeito de driblar a lei, conta Marcelo de Moraes. Depois de se eleger e reeleger como prefeito, o político muda o domicílio eleitoral no último ano e concorre a um novo mandato em outra cidade, geralmente vizinha. E acaba conseguindo se eleger por ser conhecido na região. Em Pernambuco, há um prefeito no quinto mandato, em três cidades diferentes.
Deputado denunciado por pistolagem em AL
O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu esta semana denúncia do Ministério Público Federal contra um deputado federal, dois deputados estaduais, três delegados da Polícia Civil e um ex-secretário de Segurança Pública de Alagoas - todos acusados de crimes de pistolagem.
A denúncia foi feita com base no relatório da CPI do Crime Organizado, aberta no Congresso, e foi encaminhada ao Supremo porque o caso envolve o deputado federal Francisco Tenório (PMN-AL). Procurado pelo Estado, ele não foi localizado.
CORREIO BRAZILIENSE
Terras públicas do DF na mira de grileiros goianos
Para vender os terrenos a terceiros, quadrilha falsificava documentos em cartório de Mossâmedes, município a 320km de Brasília. Ministério Público de Goiás abriu 10 processos contra grileiros, e 18 pessoas foram presas até agora. Uma das áreas visadas fica no Setor de Mansões do Lago Norte
Barganha política ameaça os pampas
Com contribuições de campanha para dezenas de políticos e a promessa de investimentos de R$ 10,7 bilhões em cinco anos, três grandes empresas produtoras de celulose invadiram a metade sul do Rio Grande do Sul com florestas de eucaliptos, modificando a paisagem, os hábitos e a economia do pampa gaúcho. As papeleiras foram recebidas de porteiras abertas pelo governo do estado e pelos prefeitos da região, interessados na geração de empregos, renda e impostos. As relações com o meio político do estado foram azeitadas com doações no valor de R$ 2 milhões nas eleições de 2006, sendo R$ 500 mil para a governadora Yeda Crusius (PSDB).
O atropelo na tramitação de licenças de operação e a elaboração de um zoneamento ambiental que impõe poucas restrições à atuação das empresas provocaram as resistências do Ministério Público Federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e de ambientalistas, que temem pela formação de “desertos verdes” na região do pampa, com a conseqüente degradação do meio ambiente.
Ex-assessor pode complicar Paulinho
Calado desde que foi preso, no mês passado, João Pedro de Moura, ex-assessor do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), é a principal testemunha que poderá incriminar o parlamentar na investigação que apura o desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A PF aposta nas chances de ele contar detalhes do envolvimento do deputado. Moura é citado várias vezes no relatório policial, que o qualificou como o “responsável pela ligação da quadrilha com o banco”. A quadrilha foi desmontada após investigação feita em um flat em São Paulo que seria palco de exploração de prostituição pelos envolvidos no caso do BNDES.
Nas várias escutas telefônicas feitas com autorização judicial, Moura é flagrado falando sobre dinheiro do banco. De concreto, a PF conseguiu detectar desvios de 4% de cerca de R$ 350 milhões financiados pelo BNDES, durante as investigações da Operação Santa Tereza, que prendeu 11 pessoas em abril passado. Entre eles, o ex-assessor de Paulinho, que chegou a dar expediente no gabinete do deputado.
“João Pedro mantém contatos e reuniões freqüentes com políticos, prefeitos, vereadores, assessores, e outros, aos quais requer liberações de verbas para obras que serão possivelmente objetos de desvios em proveito próprio”, diz o relatório da PF.
Patrão banca sindicalista
Desde que chegou à Câmara, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) manteve seu discurso da época de sindicalista: uma luta a favor dos trabalhadores. Mas Paulinho, como é conhecido, tem que agradecer sua eleição aos grandes empresários. Principalmente aos do ramo de metalurgia, a especialidade do deputado.
Sua prestação de contas das eleições de 2006 mostra que R$ 1 milhão foi doado por patrões graúdos, empresas de grande porte, como a poderosa Caemi Mineração e Metalurgia. Paulinho recebeu R$ 100 mil dela. Da Companhia Brasileira de Alumínio, do grupo Votorantim, foram outros R$ 100 mil.
O GLOBO
Eleições terão recorde de impugnações no Rio
Os juízes eleitorais prometem recorde de impugnações de candidaturas nas eleições deste ano, com a aplicação de resolução que impede o registro de quem tiver ficha criminal, informa Chico Otavio. Eles seguem decisão do presidente do TRE-RJ, Roberto Wider, que já alertou os partidos para os riscos de perderem as vagas.
Lula teme que eleições municipais atrapalhem alianças em 2010
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu agir para evitar que as eleições municipais deste ano contaminem de vez as alianças para 2010 e, de quebra, afetem a governabilidade a partir de outubro. Na semana passada, o presidente foi alertado dos problemas que o comportamento do PT tem causado nos aliados, especial ao PMDB e ao PSB. A estratégia de Lula é manter o diálogo com as cúpulas dos partidos aliados, reafirmando compromissos e parcerias, mas afastar-se das questões locais nas articulações para a eleição municipal.
Os articuladores políticos do governo e o próprio Lula estão de pé atrás após a tentativa frustrada do acordo entre PT e PSDB em Belo Horizonte, em torno do nome do PSB, que teve, no início, o aval do presidente.
DEM perde força e pode virar partido nanico
Pouco mais de um ano depois de ter trocado de nome com o objetivo de promover uma renovação de sua imagem e também de seus quadros, o Democratas (DEM) corre o risco de se transformar num partido nanico. Com apenas um governador eleito e dois prefeitos de capitais, a legenda pode encolher ainda mais nas eleições de outubro próximo, depois de passar cinco anos na oposição ao governo Lula. Para tentar fugir desse calvário, a ordem do partido é não nacionalizar o discurso e evitar, assim, cair na armadilha dos adversários que vão explorar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tão bem avaliado pelas pesquisas, como principal cabo eleitoral.
O grau de investimento do vizinho
País que recebeu o cobiçado grau de investimento um mês antes do Brasil, o Peru não conseguiu superar mazelas históricas, conta a enviada especial Liana Melo. Com seis anos de ajuste fiscal, controle da inflação, avanço de 9% no PIB de 2007 e alta dos preços de seus fartos minérios no exterior, o país ainda é dividido, com 42% da população na pobreza e 15,9% na indigência.
FOLHA DE S.PAULO
Violência é o principal medo dos paulistanos
O Datafolha, que comemora 25 anos, refez sua primeira pesquisa, sobre os maiores medos dos habitantes de São Paulo. A comparação revela que, de 1983 para cá, o horror da violência substituiu a alta do custo de vida no topo do ranking das preocupações do paulistano. Em 2008, o principal temor é que jovens da família se envolvam com drogas.
Juiz pede que STF investigue Paulinho no escândalo do BNDES
Os 13 réus acusados pelo Ministério Público Federal de ter montado um esquema para fraudar empréstimos do BNDES serão ouvidos em juízo nos dias 21 e 26 deste mês. Anteontem, a Justiça abriu processo criminal contra eles, manteve a prisão de três dos envolvidos e decretou a detenção de um quarto, cujo nome é mantido em sigilo.
Na decisão, o juiz substituto Márcio Ferro Catapani, da 2ª Vara Federal de São Paulo, determinou o envio de cópia integral do caso ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Regional Federal para que seja apurada eventual participação do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força, e do prefeito de Praia Grande (SP), Alberto Mourão (PSDB), respectivamente.
Elio Gaspari: O BNDES caiu na banda podre do noticiário
O professor Luciano Coutinho precisa tomar cuidado. As artes de Asmodeu fizeram com que, durante sua presidência, o BNDES passasse a freqüentar a banda podre do noticiário econômico com uma regularidade inédita nos últimos 30 anos.
A Polícia Federal deteve um conselheiro do banco e associou três empréstimos aos interesses de um afilhado da Força Sindical. Coisa de R$ 520 milhões e comissões de R$ 10 milhões. Noutro nível, o banco cacifou com R$ 2,6 bilhões a fusão da Oi com a Brasil Telecom. Fez isso sem que o contubérnio esteja amparado pelas normas reguladoras da República. Noutro negócio, criou uma nova modalidade de crédito e deu à Vale um cheque especial de até R$ 7,3 bilhões. Até aí tudo bem, mas logo depois da liberação do ervanário, o secretário-executivo do BNDES foi trabalhar na Vale.