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Congresso em Foco
8/11/2007 | Atualizado às 16:08
A CPI do Corinthians corre o risco de ser extinta antes mesmo de ser instalada. Minutos antes de ter seu requerimento lido na sessão de hoje (8) do Congresso, a Secretaria Geral da Mesa do Senado informou que o número de assinaturas que viabilizam a instalação é insuficiente.
Até o momento, há 154 deputados e 40 senadores subscrevendo o requerimento, que já chegou a ter 263 antes das retiradas. Para ser aceita, a CPI precisa da adesão de 171 deputados e 27 senadores.
A comissão tem como objetivo investigar as irregularidades detectadas na parceria entre o clube paulista e a empresa MSI, configurando crime contra o sistema financeiro. As denúncias já são alvo de investigação pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
"A CPI é uma oportunidade de colocarmos o futebol brasileiro num patamar de organização, transparência e seriedade que hoje ele não tem. Se vamos sediar uma Copa do Mundo, temos de nos preocupar não apenas com estádios, com infraestrutura de segurança e saúde. Temos de mostrar um futebol que seja também exemplar", declarou o deputado Silvio Torres (PSDB-SP) ao Congresso em Foco. O tucano é um dos autores do requerimento e responsável pela coleta das assinaturas.
"Infelizmente, o futebol brasileiro hoje é medíocre, organizado de uma maneira muito amadora, muito frágil, vulnerável a esquemas de corrupção de uma forma geral. Nossa idéia com a CPI é fazer um saneamento no futebol brasileiro, evitar o crime de lavagem de dinheiro, muito marcado com os acontecimentos envolvendo Corinthians e MSI", lamentou o deputado, a quem resta buscar adesões até o encerramento da sessão em curso no plenário do Senado. "Agora é aguardar e, caso consigamos as assinaturas, esperar que os partidos indiquem seus representantes [para a CPI]", finalizou.
Operação arquivamento
Tudo indica que as desistências foram motivadas por pressões da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sob o argumento de que o apoio à CPI pode prejudicar os estados candidatos a sediar a Copa do Mundo de 2014. Se até o final da sessão do Congresso novos parlamentares não assinaram o requerimento, o pedido de abertura será arquivado.
“Havíamos conseguido assinaturas de todos os partidos, mas foram igualmente retiradas assinaturas de todos as legendas. A bancada do PSDB retirou todas as assinaturas. Isso mostra que o poder da CBF é supra-partidário”, desabafou Silvio Torres.
Para o deputado, a escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014 está sendo determinante para que governadores interessados em levar jogos para seus estados intercedam junto a parlamentares de seus partidos para que não assinem o requerimento. Segundo Silvio Torres, o presidente da CBF, RicardoTeixeira, estaria ameaçando retaliar os governadores que apóiem a CPI com a exclusão de seus estados da realização dos jogos da Copa.
“Há um lobby muito forte no futebol. A concentração de poder do Ricardo Teixeira sobre a Copa do Mundo deixou reféns dele os governadores interessados em sediar os jogos. Até lá, ele [Teixeira] manda”, denunciou Torres. “Não podemos investigar nada no futebol brasileiro enquanto aconteça isso.”
Apoio
O deputado Silvio Torres recebe neste momento manifestação de apoio de parlamentares de diversos partidos, que reclamam em uníssono da conduta da CBF em relação à possibilidade de instalação da CPI. "Se ficar provado que a CBF está pressionando governadores para que não apóiem a CPI, está claro de que ela está acobertando a corrupção no futebol brasileiro", disse agora há pouco, no plenário do Senado, a deputada Luciana Genro (Psol-RS).
A opinião é compartilhada pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que também criticou em plenário a postura da CBF. "O que seria simples [a abertura da CPI] foi prejudicado por um pressão de fora, externa ao Congresso. Isso é inadmissível", bradou.
No momento, os parlamentares discutem o assunto no plenário do Senado, onde está sendo realizada a sessão do Congresso. (Fábio Góis)
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