A Rede Bandeirantes fará no próximo dia 14, uma segunda-feira, o primeiro debate entre os candidatos a presidente. O PT ainda não comunicou à emissora a decisão já tomada por Lula de não comparecer.
Tanto ele quanto a direção do partido entendem que nada há a ganhar participando do programa, que será transmitido ao vivo. Por estar no governo e liderar as pesquisas de intenções de votos, Lula atrairia as críticas, oferecendo a cara à tapa aos seus contendores.
Os petistas vêem o risco de o presidente-candidato "se nivelar" a alguns postulantes com baixo potencial eleitoral, como José Maria Eymael (PSDC) e Cristovam Buarque (PDT), além de servir de munição para os dois concorrentes mais competitivos, Geraldo Alckmin (PSDB) e Heloísa Helena (Psol), que, mesmo assim, estão bem abaixo de Lula nas sondagens pré-eleitorais.
Quem tem boa memória lembrará que Fernando Henrique (PSDB) usou argumentos semelhantes para deixar de participar de debates durante sua campanha à reeleição, em 1998. À época, foi muito criticado pelo PT, que considerou o comportamento pouco democrático. A maior diferença é que, agora, poucos integrantes da cúpula petista acreditam que Lula possa repetir a façanha (que FHC cometeu) de vencer a eleição no primeiro turno.
Como aconteceu daquela vez, confirmada a ausência de Lula, a Bandeirantes deverá deixar a cadeira vazia, exatamente como fez oito anos atrás em relação a Fernando Henrique. O debate na Bandeirantes, conforme as regras definidas, terá cinco blocos. Em três deles, os candidatos farão perguntas entre si.