O ex-governador de Mato Grosso Dante de Oliveira (PSDB), autor da emenda do voto direto no fim da ditadura militar, morreu ontem à noite em Cuiabá, vítima de infecção generalizada e complicações resultantes da diabetes, aos 54 anos. Ele estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital particular desde o início da tarde.
Dante de Oliveira ganhou notoriedade em 1984, quando apresentou a proposta de emenda à Constituição que instituiria eleições diretas para presidente. A proposta desencadeou o movimento das "Diretas Já", mas acabou derrotada no Congresso.
Segundo sua assessoria de imprensa, Dante sentiu os sintomas de uma infecção no início da semana. Ele foi ao médico, que não teria constatado nada de mais grave. Ontem de manhã, porém, percebendo que a medicação não estava dando resultado, o ex-governador resolveu ir a um hospital. À tarde, o quadro se agravou e ele foi levado para a UTI.
Líderes do PSDB destacam importância histórica
O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães (BA), se emocionou ao receber a notícia da morte do amigo: "Era um companheiro brilhante, cujo nome está registrado na História do Brasil na luta pela redemocratização do país. Era um grande amigo, um homem cheio de idéias, com opinião sobre tudo. Foi uma grande perda para os quadros do partido e para o país", disse.
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, também comentou: "É uma grande perda, e quem perde é a política brasileira. Dante foi um grande parlamentar, e deu seu nome para uma emenda que ajudou a redemocratizar o país."
O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), divulgou nota: "O PSDB lamenta tão repentina e inestimável perda, louvando o exemplo de honrado homem público, amigo leal e grande democrata", diz o texto.
O governador Blairo Maggi (PPS), adversário de Dante, também lamentou a morte: "Foi nosso político mais reconhecido nacionalmente. É uma perda triste e inesperada", disse o governador de Mato Grosso.