Reportagem da Folha de S. Paulo de hoje revela que o texto "original" da "lista de Furnas", documento que registra um esquema de caixa dois que teria destinado R$ 40 milhões a 156 políticos durante a campanha eleitoral de 2002, é diferente da primeira cópia dos papéis que chegaram à Polícia Federal no final do ano passado.
De acordo com a reportagem, há diferença no local onde aparecem as rubricas atribuídas a Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas Centrais Elétricas. A lista foi declarada autêntica pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC) no último dia 15. Na avaliação do INC, não houve montagem e a assinatura de Dimas Toledo no final do texto é verdadeira.
Segundo apurou o jornal, a autenticidade da lista foi questionada por uma carta apócrifa que teria sido produzida por assessores do PSDB de Minas. A carta diz que o segundo laudo do INC e do Instituto Del Picchia foram feitos sobre cópias da lista e não sobre os papéis originais. Nos dois foram apontados indícios de fraude. As cópias foram apresentadas à PF pelo lobista Nilton Monteiro, que diz ter recebido a lista das mãos de Dimas, no início de 2005. As duas listas não coincidem.
"Confiante na sua impunidade e parecendo zombar da opinião pública, o sr. Nilton conseguiu o impensável: apresentar um original que é diferente das cópias a que teria dado origem", afirma a carta apócrifa. De acordo com o texto, os originais foram "fabricados" por Nilton após ele ter sido pressionado com processos e indiciamento.
"Como os primeiros (as cópias) eram malfeitos, optou por produzir novos papéis, onde tentou corrigir os erros mais gritantes apontados pelos peritos, como, por exemplo, a grosseira falsificação da assinatura", informa a carta.