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22/6/2006 | Atualizado às 14:48

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Ricardo Ramos

Na semana em que o PFL decidiu fechar a aliança com o PSDB em torno da candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República, uma das principais referências pefelistas na Câmara, o vice-líder Pauderney Avelino (AM), resolveu expor publicamente sua discordância com relação ao tom dos ataques que a chapa tem adotado, até agora, para derrotar o favorito Lula.

"Não (é a melhor tática o PFL ser a linha de tiro). Eu acho que é óbvio que precisamos mostrar todas as mazelas que aconteceram no governo do PT. Agora, eu acho que uma campanha eleitoral é muito mais do que isso. Nós temos também que apresentar propostas", declarou.

Nesta entrevista ao Congresso em Foco, Pauderney bateu de frente com os pefelistas que criticaram o suposto consumo exagerado de bebidas alcoólicas pelo presidente.

"Acho que não é por aí. Quem que não gosta de um golinho de cachaça? Quem que não gosta de uma cervejinha gelada? Quem que não gosta de um vinhozinho? Todos nós gostamos", rebate. "O Lula exagera? Problema dele. Agora, atire a primeira pedra aquele que não gosta de uma cachacinha, de uma cervejinha, de um vinhozinho ou de um uísque. Todos gostam, em maior ou menor escala. E não é por aí. Deixa o cara lá tomar os porres dele, entendeu? Quem quiser tomar menos, beba. Eu não vou aqui fazer apologia que se deve beber. Mas não vou criticar quem bebe."

Para o pefelista, que se prepara para concorrer ao Senado após quatro mandatos consecutivos na Câmara, a campanha de Alckmin não decolou até agora por "falta de tempero". "Falta tempero, falta pegada. E não é indo para a agressão que vai se conquistar isso. Acho que está faltando algum ingrediente ainda. Ou seja, Alckmin tem que se mostrar um estadista, com presença, com uma cultura geral larga para se diferenciar daquela cultura rasa que o adversário tem. E teria que se mostrar suficientemente popular sem ser populista, eficiente sem ser arrogante. Ter coragem sem ser agressivo, enfim, essas coisas ele precisa mostrar."

Pauderney insinuou que o candidato tucano só não mostrou esses ingredientes, até agora, por estar mal assessorado. "Eu acho que ele (Alckmin) precisaria ouvir mais. Não sei se ele está ouvindo, e se está ouvindo as pessoas certas. Acho que seria interessante ele ouvir. Ouvir quem estivesse disposto a dar alguma contribuição para ele."

O vice-líder acredita que houve um "atropelamento" desde a escolha da candidatura Alckmin em meados de março. "E isso está se refletindo agora nos estados. Há insatisfação, generalizada, em vários estados brasileiros - e não é só no PFL. Há insatisfação também dentro do PSDB. E essa insatisfação está se configurando um entrave para esse crescimento (nas pesquisas) também da candidatura do Alckmin", avalia o pefelista, integrante da Executiva Nacional do partido.

Esse quadro preocupante da campanha tucana, de acordo com o deputado, poderia ser revertido facilmente com um troco nas urnas. "É fácil. Se o candidato apresentar uma boa performance, isso se resolve. Se não apresentar, é o caminho mais curto para ser derrotado", alerta.

Congresso em Foco - Até o momento, o PFL tem assumido o papel de linha de tiro dos principais ataques contra o presidente Lula na chapa junto com o PSDB. Essa tática da campanha de Geraldo Alckmin é a melhor para a candidatura?
Pauderney Avelino - Não. Eu acho que é óbvio que precisamos mostrar todas as mazelas que aconteceram no governo do PT. Agora, eu acho que uma campanha eleitoral é muito mais do que isso. Nós temos também que apresentar propostas. Não pode ser apenas uma campanha, não vou dizer difamatória porque ninguém vai mentir, falaremos os fatos e dos fatos. Mas acho que é mais do que isso. Tem que haver proposta. E proposta que se diferencie deste governo que aí está. Precisamos fazer mudanças radicais.

O que o próprio PFL poderia propor para além das políticas atuais do governo Lula? O que o partido pretende colocar dentro do programa de governo de Alckmin?
Nós teríamos que fazer alterações na saúde pública. Teríamos que fazer algumas alterações no investimento público para a infra-estrutura do país. Temos que fazer alterações nas políticas sociais e isso significa pegar esses programas que aí estão para dar bolsa para a população. Acho que é fundamental que se dê dinheiro para as populações carentes, e esse dinheirinho, R$ 90, R$ 100 por mês, significa comer ou passar fome. As pessoas não podem ficar reféns ou cativas dessas bolsas. Elas podem, sim, fazer um estágio. Quem não tinha nada, passar a ter alguma coisa. E, depois, essas famílias precisam ter responsabilidade de manter seus filhos na escola, manter a vacinação. Precisamos fazer essas alterações para melhor nas políticas sociais. E também na área econômica.

A diminuição da taxa de juros é uma urgência para o PFL?
Claro. Tem que se atingir uma forma de se reduzir a taxa de juros e aumentar o investimento público na infra-estrutura do país. Nós não podemos continuar produzindo superávit primário para pagar juros. Isso é inadmissível! Nós temos que fazer uma mudança radical nisso.

O próprio presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen, disse em recente entrevista ao Congresso em Foco que o partido deve defender na campanha algumas bandeiras de uma legenda liberal, como a diminuição do Estado. Isso não vai em contraposição ao projeto que o PT tenta implementar no governo, com o aumento dos gastos públicos, dos cargos em comissão e até do funcionalismo público como um todo?
Lógico. Nós temos que acabar com os cargos comissionados. Cargo comissionado, a meu ver, poderia ser apenas e exclusivamente para os concursados. E, para reduzir o tamanho do Estado, teríamos que privilegiar as carreiras ditas de Estado, acabar com esses cargos comissionados e dar força para que essas carreiras tenham condições para que tenhamos um Estado eficiente. O que nós precisamos ter é um Estado eficiente e não um Estado paquidérmico, como este que está aí.

Na sua avaliação, como a campanha de Alckmin deveria trabalhar a questão das comparações do governo Lula? O governo passou por três CPIs e mesmo assim o presidente apresenta bons índices de voto. Como a campanha Alckmin deveria trabalhar isso durante as eleições? Deve se bater nessa tecla?
Não tenha dúvida de que o objeto das CPIs - que foi o assalto do Estado brasileiro patrocinado por essa turma que está aí no governo - virá na campanha naturalmente. E tem que se fazer, a meu ver, uma contraposição. O que foi a administração em São Paulo do Alckmin, enquanto vice de Mário Covas e enquanto governador do Estado. O exemplo do Serra na administração federal como ministro da Saúde e do Planejamento, e também na prefeitura de São Paulo contra tudo isso que aconteceu aí por essa turma. O PT utilizou-se do Estado brasileiro para aparelhá-lo em beneficio próprio, muitas vezes, e também em beneficio do partido e de um projeto que eles queriam financiar com dinheiro público. Isso tem que ser mostrado para a população. Dizer que nós, em questões de políticas públicas e sociais, podemos fazer melhor do que eles.

Sobre essa questão de CPI, pesquisas têm mostrado que a população está descontente com as comissões de inquérito. A insistência nessa tecla não pode se voltar contra a própria campanha Alckmin/José Jorge?
Acho que as CPIs acabaram por mostrar que essa classe política que nós temos, na avaliação da população, é de péssima qualidade. É uma classe política que foi nivelada por baixo. E essa turma (do PT) que se dizia detentor da moral, da ética e dos bons costumes é pior do que aqueles que nunca se intitularam com tal. Mas, a meu ver, isso vai ter alguma influência sim, mas não será o fator determinante na eleição. O que tem que haver são propostas e exemplos para que possamos alcançar o objetivo que se quer, que é ganhar a eleição.

Na sua avaliação, por que o candidato Geraldo Alckmin até agora não decolou nas pesquisas acima do patamar de 20 pontos percentuais?
Falta tempero, falta pegada. E não é indo para a agressão que vai se conquistar isso. Acho que está faltando algum ingrediente ainda. Ou seja, Alckmin tem que se mostrar um estadista, com presença, com uma cultura geral larga para se diferenciar daquela cultura rasa que o adversário tem. E teria que se mostrar suficientemente popular sem ser populista, eficiente sem ser arrogante. Ter coragem sem ser agressivo, enfim, essas coisas ele precisa mostrar.

E, por que até agora ele não mostrou esses ingredientes?
Eu acho que ele precisaria ouvir mais. Não sei se ele está ouvindo, e se está ouvindo as pessoas certas. Acho que seria interessante ele ouvir. Ouvir quem estivesse disposto a dar alguma contribuição para ele.

Há uma certa insatisfação, nos bastidores, do próprio PFL em relação a algumas decisões da campanha de Alckmin. Recentemente foi até criado um conselho político em todos os estados brasileiros para que se afine a campanha. Isso não é decorrência de uma falta de planejamento maior, político, e até de propostas?
Eu acho que houve um certo atropelamento da colocação da candidatura Alckmin. E isso está se refletindo agora nos estados. Há insatisfação, generalizada, em vários estados brasileiros - e não é só no PFL. Há insatisfação também dentro do PSDB. E essa insatisfação está se configurando um entrave para esse crescimento (nas pesquisas) também da candidatura do Alckmin.

Aliás, uma matéria da Folha de S.Paulo apontou que em mais de um terço dos estados, o PSDB e o PFL estão com dificuldades regionais para fazer um palanque único para Alckmin. Como isso pode ser sanado?
É fácil. Se o candidato apresentar uma boa performance, isso se resolve. Se não apresentar, é o caminho mais curto para ser derrotado.

O senhor acha que a desagregação pode chegar a esse ponto?
Claro. Se o candidato apresentar uma boa evolução durante a campanha, isso se resolve naturalmente por gravidade. Se ele não apresentar, se ele não tiver essa condição de alavancar a própria candidatura, acabou. Não serão os aliados que o farão, a meu ver.

O candidato ao governo do DF pelo PFL, deputado José Roberto Arruda, insinuou que o presidente Lula bebia além do necessário, assim como já havia dito o candidato a vice na chapa de Alckmin, senador José Jorge (PE). Nesta quarta-feira, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) chamou o filho de Lula de ladrão. Esse confronto direto não cria uma antipatia para com o partido?
Acho que não é por aí. Quem que não gosta de um golinho de cachaça? Quem que não gosta de uma cervejinha gelada? Quem que não gosta de um vinhozinho? Todos nós gostamos. Acho que esse não é o caminho. O Lula exagera? Problema dele. Agora, atire a primeira pedra aquele que não gosta de uma cachacinha, de uma cervejinha, de um vinhozinho ou de um uísque. Todos gostam, em maior ou menor escala. E não é por aí. Deixa o cara lá tomar os porres dele, entendeu? Quem quiser tomar menos, beba. Eu não vou aqui fazer apologia que se deve beber. Mas não vou criticar quem bebe.

No Amazonas, o senhor está fazendo parte do conselho político da campanha de Alckmin lá?
Não. Eu sou um excluído do processo. E aproveito para lhe dizer o seguinte: não fui convidado, não estou incluído no processo. E, estou cuidando de uma eleição complicada (para o Senado) e difícil na regional, e acho que cada um vai ter que cuidar de si.

Mas o senhor acha que o próprio Alckmin não vai precisar da sua ajuda, como liderança política no estado?
Não sei se precisa, porque até agora eu não fui ainda convidado para nenhuma conversa. Ao contrário. Eu fui maltratado pelo presidente do partido (quando da escolha da candidatura de Alckmin, em março, o senador tucano Tasso Jereissati criticou Pauderney no plenário do Senado).

O senhor acredita que a CPI dos Sanguessugas, que começa a funcionar na próxima semana, vai investigar e julgar mesmo os parlamentares ainda nesta legislatura?
É uma CPI importante, mas num momento totalmente inadequado. Dentro de 20, 25 dias, mais ou menos, encerraremos o primeiro semestre. Depois virá o recesso. Já estamos no período de convenções partidárias e, em julho, começam as campanhas. É importante a CPI, mas ela pode ser superada por esse calendário.

O que o senhor sugeriria para que essa CPI não fosse atropelada por esse calendário? Ela deveria iniciar depois das eleições?
Não sei. Realmente eu não tenho uma fórmula pronta para ela. Eu acho que pode ser prejudicada a investigação sim. Ela demorou (a ser aberta).

Mesmo assim, o senhor acredita em punição ainda para esta legislatura para os parlamentares que participaram desse esquema?
Paralelamente a essa apuração, há a investigação do Ministério Público Federal. Eu acho que, sim, eles têm que ser punidos. É inadmissível que alguém que roube dinheiro de ambulância para município pobre fique impune.

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