O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), defendeu hoje a votação em plenário do projeto que cria o sistema de cotas nas universidades federais. A proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em caráter terminativo, o que dispensa a análise de todos os deputados. Mas basta que algum deles apresente um recurso para que a matéria seja levada ao Plenário. Os líderes do PSDB e o PFL já avisaram que vão encaminhar o pedido à Mesa da Câmara na próxima semana.
O texto prevê que 50% das vagas das universidades federais sejam destinadas a alunos que tenham feito o ensino médio em escolas públicas. Parte desse percentual será reservada para negros e índios, conforme a proporção de cada estado de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A oposição criticou o fato de a CCJ ter decidido em caráter terminativo e defendeu que um projeto como esse deve passar pelo crivo do Plenário. Aldo acatou o argumento e considerou a hipótese de incluir a proposta na pauta de votações. Porém, evitou dizer se é a favor do projeto.
"A desigualdade e o preconceito persistem e a pergunta que a Câmara precisa responder é: a política de cotas é a mais adequada? Nós temos que discutir e vamos, ou votar as cotas ou buscar outro caminho porque a sociedade espera que a Câmara responda a questão. Não podemos tapar o sol com a peneira", afirmou o presidente da Casa.