Durante seu depoimento de seis horas na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo negou ser o autor de uma lista de parlamentares que recebiam recursos de um caixa dois de R$ 40 milhões montado na estatal Furnas Centrais Elétricas. A informação foi confirmada pelo advogado de Dimas, Rogério Marcolini, pois o depoimento do ex-diretor foi feito a portas fechadas, e ele não quis falar com a imprensa ao sair.
Segundo Marcolini, Dimas refutou todas as acusações de que tem sido alvo nos últimos dias e enfatizou, principalmente, nunca ter oferecido dinheiro ao ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O petebista confirmou, em depoimento na semana passada à PF, ser destinatário de R$ 75 mil do suposto caixa dois de Furnas. Os policiais receberam uma cópia da lista, que aponta nome de vários caciques tucanos e do PFL, mas ainda não sabem se ela existe de fato.
Hoje, em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, Jefferson fez aumentar as suspeitas sobre o ex-diretor. O petebista disse que Dimas o procurou em abril do ano passado para oferecer-lhe R$ 1,5 milhão em troca da permanência no cargo. Jefferson afirmou ter acertado o acordo. Porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu retirar o ex-dirigente do cargo, segundo o ex-deputado, por se tratar de uma indicação do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB)