Existe um consenso na bancada do PMDB na Câmara de que os senadores são tratados de uma forma melhor pelo Palácio do Planalto. Isso é decorrente do fato de os senadores terem mais poder sobre nomeações em órgãos federais nos estados e ministérios, além de menos problema para liberação de verbas.
Para assegurar os votos dos deputados do PMDB, o governo teria que oferecer um bônus maior ao partido, ou seja, mais liberação de recursos orçamentários e um número maior de cargos federais.
"Se eu não tenho vergonha para aumentar imposto, eu quero pegar aquele bolo que eu ajudei a arrecadar", explicava o líder José Borba. Segundo ele, é legítima a luta dos deputados pela liberação de verbas para seus municípios.
Borba montou uma equipe especial de assessores da liderança do PMDB para percorrer os ministérios no esforço de liberar verbas para projetos de parlamentares, que vão de compra de ambulâncias e construção de quadras de esportes a dinheiro para bandas de música.
Enquanto o ministro Eunício Oliveira (PMDB), das Comunicações, dizia a colegas parlamentares que estava preparado para deixar o governo, outros peemedebistas comentavam que ele, provavelmente, se licenciaria do partido para permanecer nas Comunicações - caso a convenção do dia 12 decida por abandonar o governo.
Os governistas do PMDB não gostam de admitir, mas a avaliação geral no partido é a de que quem está apoiando a administração Lula não mudará de posição mesmo se a convenção decidir pelo rompimento da aliança.
Por esse raciocínio, Lula esperaria a realização da convenção para se acertar com os governistas, negociando os ministérios e outros cargos. Tudo isso ficará para o já famoso "day after" (dia seguinte, em inglês), como os parlamentares já chamam o dia 13 de dezembro.
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