O Palácio do Planalto já considera inevitável que convenção nacional do PMDB aprove a saída do partido no próximo dia 12. O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, chegou a dizer a colegas parlamentares que deixa o cargo se o resultado da convenção for o desembarque do governo.
Na Câmara, o líder do partido, José Borba (PR), mantém a linha oposicionista definida em acordo com os colegas do PFL, José Carlos Aleluia (BA), e do PSDB, Custódio Matos (MG), e promove uma espécie de "operação tartaruga" para apreciar aos poucos os projetos de interesse do governo.
Os governistas do PMDB não estão conseguindo argumentos para adiar a realização da convenção. Na terça-feira, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), chegou a pedir ao presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), para que a votação na Executiva do partido fosse secreta.
Renan foi obrigado a ouvir de Temer que somente o presidente do Senado, José Sarney (AP), teve a coragem de defender o governo Lula durante reunião do diretório nacional, que aprovou a reunião da convenção. Assim, não houve acerto entre os dois.
Temer disse ao Congresso em Foco que a aprovação da saída do PMDB do governo Lula não significa que o partido não fará composições com o Palácio do Planalto para aprovação de projetos no Congresso.
"Vou assegurar a governabilidade", afirmou Temer. Ele lembrou que, antes mesmo de ter dois ministérios, o PMDB já dava apoio ao governo Lula.
Na Câmara, os governistas avaliam que, dos 75 deputados, cerca de 40 estariam fechados com o governo e seriam votos garantidos em favor da permanência do partido na base, em troca de liberação de recursos para emendas orçamentárias e mais cargos em órgãos federais.
Na prática, os deputados esperam que uma eventual decisão da convenção pela saída do governo acabe aumentando o valor do passe dos parlamentares junto ao Palácio do Planalto.
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