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Congresso em Foco
22/9/2017 | Atualizado às 9:09
 [fotografo]Beto Barata / PR[/fotografo][/caption]O placar dessa quinta-feira no STF foi contundente, é claro: 10 a 1 - a única divergência foi do "líder" no STF, ministro Gilmar Mendes. Mas a chicana da defesa do presidente serviu bem ao objetivo de levantar muitas dúvidas sobre as novas acusações de organização criminosa e obstrução de justiça.
 
Nos bastidores, STF namorou com a devolução do abacaxi à PGR, agora comandada por Raquel Dodge - figura que, diz-se no meio jurídico, deve ser tão implacável quanto Janot, já que precisa afirmar-se diante da corporação, mas certamente menos afobada e mais calculista. O STF também cogitou retardar o sinal verde à Câmara até que ficasse mais claro se as delações, mesmo rescindidas pelo ex-PGR, teriam força legal suficiente para formar convicções.
O tal "fato novo" da vez, e que pode realmente mudar o jogo contra Temer no Congresso, é uma eventual delação do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Esse, sim, um comensal de extrema confiança e intimidade do presidente. Um político reputado como sanguíneo, irascível, explosivo e mercurial nas suas relações.
Na primeira denúncia contra Temer, pesava a imagem da mala de R$ 500 mil empurrada na surdina pelo ex-assessor e deputado Rodrigo Rocha Loures pelas ruas de São Paulo. Agora, pesam as várias malas com R$ 51 milhões (!) "descobertas" em um apartamento de Salvador usado por Geddel.
Além da escala incomparável, a situação é bem diferente. Rocha Loures era um "consiglieri" no círculo de Temer. Geddel era vice-Rei, assim como são os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco e o agora detento Henrique Alves - Eduardo Cunha, preso em Curitiba, tinha outra função no grupo.
Tudo somado, as caneladas na base política de Temer, em especial a disputa PMDB x DEM de Rodrigo Maia para ganhar novos deputados na janela de troca partidária, tendem a se acomodar na 'dolce vita' brasiliense. Mas o ânimo de Geddel nem as palmeiras imperiais da Praça dos Três Poderes sabem como ficará com mais alguns dias de cárcere na Papuda.
Por isso, Temer quer resolver a parada logo na Câmara. Mas os ritos e o ritual do Parlamento podem ser implacáveis.
* Mauro Zanatta é jornalista, sócio-diretor na CasaAgro Comunicação Digital, comentarista de política no Canal Rural e coautor dos livros Vida Brasileira, da Gazeta Mercantil, e da coletânea À Mesa com o Valor. O texto foi originalmente publicado no blog do autor.
[fotografo]Beto Barata / PR[/fotografo][/caption]O placar dessa quinta-feira no STF foi contundente, é claro: 10 a 1 - a única divergência foi do "líder" no STF, ministro Gilmar Mendes. Mas a chicana da defesa do presidente serviu bem ao objetivo de levantar muitas dúvidas sobre as novas acusações de organização criminosa e obstrução de justiça.
 
Nos bastidores, STF namorou com a devolução do abacaxi à PGR, agora comandada por Raquel Dodge - figura que, diz-se no meio jurídico, deve ser tão implacável quanto Janot, já que precisa afirmar-se diante da corporação, mas certamente menos afobada e mais calculista. O STF também cogitou retardar o sinal verde à Câmara até que ficasse mais claro se as delações, mesmo rescindidas pelo ex-PGR, teriam força legal suficiente para formar convicções.
O tal "fato novo" da vez, e que pode realmente mudar o jogo contra Temer no Congresso, é uma eventual delação do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Esse, sim, um comensal de extrema confiança e intimidade do presidente. Um político reputado como sanguíneo, irascível, explosivo e mercurial nas suas relações.
Na primeira denúncia contra Temer, pesava a imagem da mala de R$ 500 mil empurrada na surdina pelo ex-assessor e deputado Rodrigo Rocha Loures pelas ruas de São Paulo. Agora, pesam as várias malas com R$ 51 milhões (!) "descobertas" em um apartamento de Salvador usado por Geddel.
Além da escala incomparável, a situação é bem diferente. Rocha Loures era um "consiglieri" no círculo de Temer. Geddel era vice-Rei, assim como são os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco e o agora detento Henrique Alves - Eduardo Cunha, preso em Curitiba, tinha outra função no grupo.
Tudo somado, as caneladas na base política de Temer, em especial a disputa PMDB x DEM de Rodrigo Maia para ganhar novos deputados na janela de troca partidária, tendem a se acomodar na 'dolce vita' brasiliense. Mas o ânimo de Geddel nem as palmeiras imperiais da Praça dos Três Poderes sabem como ficará com mais alguns dias de cárcere na Papuda.
Por isso, Temer quer resolver a parada logo na Câmara. Mas os ritos e o ritual do Parlamento podem ser implacáveis.
* Mauro Zanatta é jornalista, sócio-diretor na CasaAgro Comunicação Digital, comentarista de política no Canal Rural e coautor dos livros Vida Brasileira, da Gazeta Mercantil, e da coletânea À Mesa com o Valor. O texto foi originalmente publicado no blog do autor.
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