Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Lula deve ser julgado como qualquer outro brasileiro

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Lula deve ser julgado como qualquer outro brasileiro

Congresso em Foco

4/4/2018 | Atualizado às 11:28

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
Hoje é dia de muito barulho! Em um quadro de mínima normalidade, não deveria ser. O julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal revela o quanto ainda precisamos construir instituições que protejam e fortaleçam os ideais da democracia e da República. De lado a lado, raros são os que tentam preservar o que é fundante e essencial. Nossos núcleos de produção ideológica bipolar mandam às favas essa excentricidade pouco pragmática, essa esquisitice de pensar o país a partir de valores e princípios. A expressão que a esquerda empresta à narrativa é clara e contundente. Há a acusação direta do beneficiamento indevido de um campo da política nacional que estaria imune às penas da lei. Não existe uma análise fática a respeito da propriedade das acusações e evidências em seu contexto mais amplo, o da sangria do Estado nacional. O contorno visível da argumentação toma do discurso democrático um de seus pilares, a igualdade perante o ordenamento jurídico, mas esquece o princípio republicano do zelo pela coisa comum, da causa pública. Lembrar e esquecer do que convém, eis a prática. Há ainda a assunção de uma premissa vinculante de que somente as urnas podem decidir, que desconhece parte da vontade popular expressa no contrato social como formadora original do nosso estado de direito. O povo não concede ao Estado autonomia plena, pois tem a prerrogativa de decidir seu destino pela via eleitoral. Segundo a tese não integralmente declarada, no entanto, encerra-se aí a participação da população. Novas formas de democracia participativa, previstas na Constituição, e que incidam diretamente na produção de legislação, perdem automaticamente sua legitimidade. A Lei da Ficha Limpa, oferecida ao Congresso por quase um milhão e meio de brasileiros, aprovada por representantes eleitos e sancionada pelo ex-presidente, é um mero entrave a essas pretensões de poder. Aí reside o talvez único consenso reinante entre os próceres da nossa polarização: essa Ficha Limpa é muito chata! E já que falamos do outro lado do espectro político, a 'miopia' por lá também campeia. Na contramão do próprio discurso público, movimentos de defesa do caráter republicano do Estado, que se empenharam fortemente para destituir o PT do poder central, aportam apoio - nem sempre constrangido - ao governo que o substituiu e sobre o qual pairam denúncias de corrupção tão ou mais graves. Lembrar e esquecer do que convém, eis a prática. Essa gente muito comprometida com a ética e os bons costumes - ironias à parte, mas que seguem - abre a porta para o flerte irresponsável do status quo com o moralismo arbitrário. De alguns anos para cá, as Forças Armadas passaram a frequentar parte dos gritos nas manifestações de rua e nas redes sociais. O objetivo é que promovam uma intervenção na vida nacional para 'defender' a democracia da ação deletéria dos inimigos vermelhos. Bem-vindos aos anos 60! E se alguns militares, mesmo que poucos, começam a ensaiar uma fala há tempos esquecida, é sinal de que já percebem apoio de alguns setores para uma nova aventura antidemocrática. Quase tão ruim é que o canto da sereia começa a contaminar o próprio governo. Ávido para não deixar de sê-lo sob escolta policial e temendo enfrentar a concorrência de Bolsonaros, começa a expedir seus balões de ensaio para covardemente tentar manipular o sentimento de medo e desesperança da população brasileira, apontando a saída desastrosa da total ruptura institucional. Esse teatro de horrores deixa qualquer um perplexo e a pensar em como deixamos essas pessoas nos representarem. A indignação cabe perfeitamente em cada um de nós, como vítimas, mas também autores dessa farsa. Recobrando a serenidade solicitada pela ministra Carmem Lúcia, espero que a concessão do habeas corpus do ex-presidente seja julgada pelo STF como a de qualquer outro cidadão brasileiro, que é o que ele é, como determinam os preceitos constitucionais que fundamentam a legislação aplicável. Que todos sejam julgados de forma isonômica, segundo os mesmos critérios e objetivamente de acordo com as circunstâncias, não importa o quão histrionicamente se comportem seus seguidores. É isso que garante, de fato, a manutenção e o fortalecimento da república e da democracia. O resto é projeto de poder travestido de conversa mole.
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

pictures STF Lula PT cármen lúcia Jair Bolsonaro julgamento habeas corpus Barroso Tom Barros HC

Temas

Corrupção Justiça

LEIA MAIS

JUDICIÁRIO

Nikolas Ferreira pede permissão a Moraes para visitar Bolsonaro

JUSTIÇA

STF condena mais 119 réus pelos atos de 8 de janeiro

Tarifas

Anúncio de plano contra tarifas dos EUA deve ser feito até terça

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

MUDANÇAS PARTIDÁRIAS

Partido de Bolsonaro foi o que mais perdeu deputados; veja o balanço

2

CÂMARA

Entenda o processo contra os 14 deputados denunciados após motim

3

LEVANTAMENTO DO SENADO

Governo corta 43% das emendas parlamentares previstas para 2025

4

SENADO

Na mira de Alcolumbre: dois indicados podem ser recusados em sabatinas

5

Câmara dos Deputados

Projeto inclui crime de adultização digital no Código Penal

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES