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Congresso em Foco
3/7/2017 | Atualizado às 13:36
 
 
 [fotografo]Reprodução[/fotografo][/caption]Não raras vezes era possível ver oponentes concordando com adversários. Um troço muito antigo que atendia pelo nome de... "convivência democrática". Isso,  em plena ditadura! Acreditava-se na possibilidade de convencimento do adversário a partir de argumentos consistentes, capazes de abalar sólidas convicções.
Se o leitor parar um pouquinho para pensar, vai concluir que só os doidos varridos têm ideia fixa. Portanto, mudar de opinião não é sinal de frivolidade, mas de amadurecimento. De sabedoria.
O debate existe para a relativização das divergências, busca de consensos e de convergências capazes de reduzir a rigidez das posições antagônicas, favorecendo o convívio dos contrários.
A rememoração de um passado nem tão antigo assim não é saudosismo. Serve para lembrar que, há bem pouco tempo, o Brasil viveu período de relativização dos radicalismos, de debate franco e honesto de ideias, e até de humildade no reconhecimento de erros e posições políticas. Um senador da república, feroz defensor dos governos militares  desde seu nascedouro em 64, o usineiro Teotônio Vilela, reconheceu publicamente que estava errado e transformou-se num dos mais duros adversários da ditadura, ajudando a derrubá-la. O "menestrel das Alagoas" virou símbolo de resistência democrática.
Curioso é que o radicalismo irresponsável resolveu florescer e vicejar justamente agora, em plena vigência do regime democrático. Passa da hora de retomar a salutar prática do confronto das ideias. Menos palavras de ordem vazias, mais ponderação.
Parece utópico, mas é possível e até recomendável abandonar o sectarismo e acolher, se corretas, posições diversas das professadas e difundidas por líderes oniscientes. Talvez seja este o maior desafio de nosso tempo: reconhecer que o adversário, que nos ensinaram a identificar como sendo o próprio diabo, às vezes, pode estar certo. Reparando bem, pode não ser tão feio quanto se pinta. Nem tão errado quanto se supõe.
* Paulo José Cunha é professor, jornalista e escritor.
[fotografo]Reprodução[/fotografo][/caption]Não raras vezes era possível ver oponentes concordando com adversários. Um troço muito antigo que atendia pelo nome de... "convivência democrática". Isso,  em plena ditadura! Acreditava-se na possibilidade de convencimento do adversário a partir de argumentos consistentes, capazes de abalar sólidas convicções.
Se o leitor parar um pouquinho para pensar, vai concluir que só os doidos varridos têm ideia fixa. Portanto, mudar de opinião não é sinal de frivolidade, mas de amadurecimento. De sabedoria.
O debate existe para a relativização das divergências, busca de consensos e de convergências capazes de reduzir a rigidez das posições antagônicas, favorecendo o convívio dos contrários.
A rememoração de um passado nem tão antigo assim não é saudosismo. Serve para lembrar que, há bem pouco tempo, o Brasil viveu período de relativização dos radicalismos, de debate franco e honesto de ideias, e até de humildade no reconhecimento de erros e posições políticas. Um senador da república, feroz defensor dos governos militares  desde seu nascedouro em 64, o usineiro Teotônio Vilela, reconheceu publicamente que estava errado e transformou-se num dos mais duros adversários da ditadura, ajudando a derrubá-la. O "menestrel das Alagoas" virou símbolo de resistência democrática.
Curioso é que o radicalismo irresponsável resolveu florescer e vicejar justamente agora, em plena vigência do regime democrático. Passa da hora de retomar a salutar prática do confronto das ideias. Menos palavras de ordem vazias, mais ponderação.
Parece utópico, mas é possível e até recomendável abandonar o sectarismo e acolher, se corretas, posições diversas das professadas e difundidas por líderes oniscientes. Talvez seja este o maior desafio de nosso tempo: reconhecer que o adversário, que nos ensinaram a identificar como sendo o próprio diabo, às vezes, pode estar certo. Reparando bem, pode não ser tão feio quanto se pinta. Nem tão errado quanto se supõe.
* Paulo José Cunha é professor, jornalista e escritor.Tags
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