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Política

Anistia aos golpistas: O assalto final à democracia e ao bom senso

Articulação no Congresso é projeto de poder antidemocrático e antipatriota.

Chico Vigilante

Chico Vigilante

4/9/2025 11:00

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Como parlamentar que sempre lutou pela consolidação da nossa frágil democracia, não posso me calar diante do mais recente e escancarado assalto às instituições que está sendo articulado nos bastidores do Congresso Nacional. A pauta da anistia aos golpistas de 8 de janeiro não é apenas inconstitucional. É um projeto de poder de uma elite arruaceira e antipatriota que não mede consequências para proteger seus interesses e se manter no cenário político, mesmo que para isso tenham que cavar uma crise institucional sem precedentes.

Esses setores sabem muito bem que a maioria esmagadora do povo brasileiro é contra o perdão àqueles que tentaram derrubar a democracia à força. Eles sabem, porque vivem neste país real, que conceder anistia é premiar a baderna. É enviar a mensagem perversa de que crimes contra a pátria saem barato. No entanto, movidos por um projeto de poder doentio, preferem ignorar a vontade popular e o arcabouço jurídico que rege a nação. Sua ânsia pelo poder é tanta que estão dispostos a sacrificar a estabilidade política e econômica que tanto custou a ser reconquistada.

É de uma irresponsabilidade criminosa promover tamanha instabilidade em um momento em que, finalmente, voltamos a crescer. Sob a firme liderança do presidente Lula, estamos abrindo novos mercados, a economia dá sinais robustos de recuperação, os preços dos alimentos recuam, o dólar se acomoda e a bolsa bate recordes, atraindo investimentos que geram empregos. Quem serão os primeiros a sofrer com a crise institucional que essa turma quer fabricar? Serão justamente os mais pobres, os trabalhadores e trabalhadoras que precisam de emprego e pão na mesa. Eles são sanguessugas do povo, dane-se o Brasil, o que importa é o poder.

A articulação revela a face mais perversa dessa direita. Enquanto o Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição, julga com seriedade os responsáveis pela trama golpista, seus aliados no Congresso trabalham às escuras para anular todo esse esforço. A adesão do governador Tarcísio de Freitas a essa manobra é particularmente grave. Quando um governador de um estado como São Paulo diz não confiar na Justiça, mas confia em bandidos, em quem ele está confiando? No PCC? É uma declaração que beira o absurdo e desnuda seu caráter antidemocrático.

Anistia premiaria a baderna e abriria caminho para o retorno de Bolsonaro.

Anistia premiaria a baderna e abriria caminho para o retorno de Bolsonaro.Ton Molina /Fotoarena/Folhapress

Não se enganem: o objetivo final dessa anistia "ampla, geral e irrestrita" defendida pela ala radical de Eduardo Bolsonaro é claro. Eles não querem apenas soltar os vândalos que depredaram os patrimônios da União; querem limpar a ficha do principal mandante, Jair Bolsonaro, e até revertê-lo. É o projeto de poder a qualquer custo, um custo que será pago por todos nós, com juros e correção monetária. É a baderna institucionalizada como método.

É revoltante contrastar o trabalho incansável do governo Lula, que dia e noite se desdobra para reconstruir o país, com a atuação destrutiva dessa oposição golpista. Enquanto nós trabalhamos para criar empregos e melhorar a vida do povo, eles só pensam em fabricar crises, em semear a discórdia e em proteger seus próprios interesses. São verdadeiros arruaceiros do plenário, que enxergam a política não como um instrumento de transformação social, mas como um palco para suas guerras de interesses pessoais e egoístas.

A postura do presidente da Câmara, Hugo Motta, de alegar que "não vai ter como segurar" a votação se houver clima e votos, é uma covardia política. Liderar é conduzir, é defender a Constituição, não é se curvar à pressão da bancada da arruaça. É seu dever, como presidente da Casa, segurar qualquer votação que fira o Estado Democrático de Direito. Se não o fizer, estará sendo cúmplice deste assalto.

Portanto, conclamo a sociedade brasileira, os movimentos sociais, os sindicatos e todos aqueles que verdadeiramente amam este país a ficarem vigilantes. Não podemos permitir que esse grupo de irresponsáveis e antipatriotas dê o golpe final pela via legislativa. A democracia conquistada com tanto sangue e suor não pode ser negociada em mesas de bastidores. Devemos nos mobilizar e exigir de cada parlamentar um posicionamento claro: ou estão com a Constituição e o povo brasileiro, ou estão com os golpistas. Não há meio termo possível. A hora é de luta e de resistência.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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