Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Educação
15/10/2025 11:00
Este dia 15 de outubro é, sem dúvida, um marco cívico que transcende o simples calendário. Enquanto deputado distrital, comprometido com as causas populares e a defesa intransigente dos direitos sociais, vejo esta data não apenas como uma justa homenagem aos professores, mas como um potente instrumento de reflexão e luta.
A criação do Ensino Elementar por Dom Pedro I, em 1827, simboliza o reconhecimento formal da educação como alicerce nacional. No entanto, é nosso dever, quase duzentos anos depois, ir além da efeméride e perguntar: que Brasil estamos construindo para aqueles que são os pilares deste alicerce na educação? Os professores, herdeiros desse decreto imperial, hoje carregam nas costas não apenas o peso da história, mas o fardo de um projeto de nação que, frequentemente, nega a eles o básico: dignidade.
A importância do professor para a sociedade é inquestionável e vai muito além da transmissão de conteúdos. Eles são agentes de transformação social, formadores de cidadania e os principais defensores da infância e da juventude em um contexto de profundas desigualdades. Em cada sala de aula, nas periferias do Distrito Federal ou no interior mais remoto, é o professor quem tece a resistência contra a ignorância, o preconceito e a alienação.
Contudo, não podemos nos furtar a uma análise crítica da realidade. A homenagem perde seu brilho quando confrontada com a precarização brutal da profissão. Os docentes da nossa rede pública, com os quais mantenho um diálogo permanente em meu mandato, enfrentam diariamente condições de trabalho desafiadoras.
Salários defasados, que não refletem a imensa responsabilidade de sua função, são a face mais visível do descaso. Como podemos exigir dedicação integral de um profissional que, muitas vezes, precisa acumular jornadas em duas ou três escolas para garantir o sustento de sua família? Esta não é uma questão meramente corporativa; é uma questão de valorização da educação pública.
Em minha atuação parlamentar, tenho combatido incessantemente essa lógica perversa. Lutamos pela implementação do piso salarial nacional em sua integralidade, não como um favor, mas como um direito conquistado. Apresentamos e apoiamos projetos que visam à redução da jornada de trabalho com a garantia de horários para planejamento, ao fornecimento de materiais pedagógicos de qualidade e à criação de programas permanentes de formação continuada. A educação não pode ser a primeira a sofrer com os ajustes fiscais; deve ser a última linha a ser cortada, pois é o investimento mais seguro no futuro da nação.
É crucial entender que melhorar as condições de trabalho dos professores não é um custo, mas um investimento com retorno garantido. Uma professora valorizada, com salário digno, com uma escola limpa, segura e equipada, terá mais condições de despertar o gosto pelo aprendizado em seus alunos. Um professor respeitado socialmente atrai novos talentos para a carreira, evitando o fenômeno preocupante da evasão docente. A qualidade da educação que almejamos para nossas crianças e jovens passa, inexoravelmente, pela valorização real de quem está na linha de frente deste processo.
Assim sendo, neste 15 de outubro, meus sinceros cumprimentos aos professores representam um cumprimento de luta. É a reafirmação do meu compromisso, enquanto representante do povo, de ser uma trincheira na defesa da escola pública, gratuita, laica e de qualidade socialmente referenciada. Que esta data nos una na cobrança por políticas de Estado, e não de governo, que resgatem a dignidade da categoria. Que possamos transformar a justa celebração em ações concretas, para que, no futuro, olhemos para trás e vejamos que não nos contentamos em comemorar o passado, mas lutamos para construir um presente e um futuro à altura da grandeza dos nossos educadores. A luta continua, e ela é de todos nós.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
Temas