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Saúde

O setor farmacêutico brasileiro em 2025: maturidade, desafios estruturais e as novas fronteiras do cuidado

Setor cresce acima do PIB em 2025, amplia acesso a medicamentos e lida com pressões regulatórias, custos globais e a necessidade de inovação contínua.

Alexandre França

Alexandre França

19/12/2025 15:00

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O ano de 2025 consolida um movimento que já se desenhava: o setor farmacêutico brasileiro se firmou como um dos pilares mais estáveis da economia nacional, mesmo diante de pressões inflacionárias globais, tensões geopolíticas, aumento do custo dos insumos e mudanças regulatórias significativas. Trata-se de um mercado robusto, altamente técnico e profundamente estratégico para o país, tanto do ponto de vista econômico quanto social.

Segundo projeções de consultorias independentes, o faturamento do setor deve superar R$ 200 bilhões este ano, mantendo o tradicional ritmo de crescimento acima do PIB nacional. A expansão é sustentada por fatores estruturais: o envelhecimento da população, o aumento da prevalência de doenças crônicas, a ampliação do acesso a tratamentos e a relevância crescente dos medicamentos genéricos e do mercado de autocuidado.

Passados mais de 25 anos da implementação da Lei dos Genéricos, o Brasil vive um momento de renovação no segmento. O vencimento de patentes de moléculas importantes, nos próximos anos, abre espaço para uma nova rodada de competitividade e expansão da oferta.

Mais do que ampliar alternativas terapêuticas, o fortalecimento dos genéricos reforça um pilar essencial: o acesso. A política pública permanece como uma das mais bem-sucedidas do país em termos de impacto econômico e social, equilibrando preços, concorrência e qualidade.

O mercado de OTC (medicamentos isentos de prescrição) ganhou relevância acelerada no Brasil. A digitalização do varejo, a disseminação de conteúdos de saúde e o comportamento mais ativo do consumidor impulsionam categorias como suplementos, analgésicos, vitaminas e produtos de uso cotidiano.

O paciente está mais informado, mais participativo e menos dependente exclusivamente da prescrição médica para cuidados básicos. Essa mudança altera profundamente estratégias de comunicação, inovação e cadeia logística.

O ambiente regulatório brasileiro evoluiu significativamente nos últimos anos.

Com faturamento acima de R$ 200 bilhões, indústria avança com genéricos e autocuidado, enquanto enfrenta custos elevados, dependência de insumos e regulação mais rígida.

Com faturamento acima de R$ 200 bilhões, indústria avança com genéricos e autocuidado, enquanto enfrenta custos elevados, dependência de insumos e regulação mais rígida.Freepik

Novas exigências — como CADIFA, controle de nitrosaminas, rastreabilidade e ajustes para moléculas de alta vigilância — aumentam a segurança, mas exigem investimentos contínuos em tecnologia, equipamentos e governança.

Para muitas empresas, a principal pauta de 2025 não é apenas lançar novos produtos, mas garantir conformidade plena em um ecossistema regulatório mais técnico, mais veloz e menos tolerante a falhas.

A competitividade também é pressionada por fatores como dependência global de insumos farmacêuticos ativos (APIs), volatilidade cambial, aumento dos custos logísticos, necessidade de modernização fabril, concorrência de players internacionais e maior escrutínio das práticas ESG e do impacto ambiental. Nesse ambiente, eficiência operacional deixou de ser diferencial e passou a ser pré-requisito para sustentabilidade no longo prazo.

Outro ponto determinante é a formação de pessoas. A indústria é intensiva em tecnologia, mas depende profundamente de mão de obra qualificada. Cresce a demanda por especialistas em qualidade, produção estéril e não estéril, farmacovigilância, assuntos regulatórios, supply chain e ciência de dados aplicada à saúde. Formação técnica, diversidade e capacidade de inovação tornam-se elementos essenciais para garantir segurança, abastecimento e evolução do setor.

O Brasil tem potencial para se consolidar como hub farmacêutico estratégico da América Latina. Isso exige avanços em três frentes fundamentais: previsibilidade regulatória para estimular investimentos; fortalecimento da produção local, reduzindo vulnerabilidades e dependências externas; e políticas públicas que ampliem o acesso, mantendo o medicamento como instrumento de democratização da saúde. O país reúne capital humano, cadeia produtiva madura e mercado consumidor robusto. O desafio é transformar essas vantagens em competitividade sustentável.

A indústria farmacêutica seguirá desempenhando um papel central na economia, mas sobretudo na vida das pessoas. A capacidade de unir ciência, ética e eficiência determinará a capacidade do setor de responder às necessidades de um país que envelhece, se transforma e exige inovação constante.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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