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Marcus Pestana
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IDENTIDADE NACIONAL
17/5/2025 9:00
Participei nos últimos dias 7 e 8 de maio do seminário organizado pela Universidade Federal de Juiz de Fora que marcou o lançamento do livro "SINFONIA BARROCA, o País que o povo inventou", de autoria de um dos maiores intelectuais brasileiros da atualidade, Rubem Barboza Filho, pelo Ateliê de Humanidades Editorial. O evento registrou também a homenagem da UFJF a seu professor titular vinculado ao Departamento de Ciências Sociais no momento de sua aposentadoria.
Intelectuais importantes como Maria Alice Resende de Carvalho, Renato Lessa, Beatriz Domingues, Cícero Araújo, André Magnelli, Marco Aurélio Nogueira, Raul Magalhães e Luiz Sérgio Henriques participaram dos debates. Há um forte consenso de que SINFONIA BARROCA e sua semente escrita 25 anos atrás, "TRADIÇÃO E ARTIFÍCIO: Iberismo e barroco na formação americana" tratam-se de clássicos da literatura social brasileira para a compreensão de nosso processo de formação social, política e econômica ao lado das obras referenciais de Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freire, Oliveira Viana, Raimundo Faoro, Caio Prado Junior, Celso Furtado, Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Werneck Vianna.
Rubem Barboza mergulha na análise das raízes da formação brasileira buscando os traços de uma experiência original e dinâmica, longe dos modelos de análise deterministas e da busca insana de uma porta para a modernização espelhada nos caminhos trilhados pelo mundo ocidental. O que para muitos clássicos é um problema - o mal de origem ligado ao nosso passado colonial e à herança ibérica a ser jogado fora em nome de um projeto de modernização - é vista por Rubens Barboza Filho como rico manancial que abre enormes possibilidades para o futuro a partir releitura da diversidade cultural; da exuberante dinâmica econômica endógena brasileira só recentemente valorizada e não só do eixo agroexportador; e, das construções sociais criativas de uma história nacional singular e original.
SINFONIA BARROCA realiza profunda análise sobre como o povo inventa um Brasil a partir da ausência de um poder central sobre vasto território, de língua e religião comuns, do vácuo deixado pela falta de elites, do esquecimento do povo e da ausência de relações e estruturas sociais idênticas ao feudalismo e capitalismo ocidentais.
A complexidade e originalidade de nosso processo histórico são vistas como nosso maior ativo e ponto de partida e não como um entrave a ser superado e descartado. A sociedade de formas e conteúdo únicos nasce da sinfonia tecida pelas influências das comunidades indígenas, dos povos africanos, dos ibéricos e de diversas matrizes culturais trazidas pelos imigrantes vindos de diversos cantos do mundo. A língua portuguesa mestiça nascida no Brasil ocupa espaço central na análise.
SINFONIA BARROCA identifica o esgotamento da capacidade explicativa das leituras clássicas e os dilemas herdados de nossa aventura histórica que precisam ser ressignificados e pensados de forma inovadora para que superemos certa pobreza do debate atual e construamos saídas originais que não sejam simples transplantações de experiências da modernidade ocidental.
Para quem quer repensar o Brasil em moldes criativos e descortinar novos horizontes e construir novas utopias, SINFONIA BARROCA é leitura obrigatória.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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