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Assistimos à ofensiva da extrema direita, ao avanço do capital financeiro e à tentativa de transformar o país num exportador primário subordinado.

José Dirceu

José Dirceu

5/6/2025 9:05

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O título acima se justifica por minha crença de que o atual modelo de globalização e sua congênere, a austeridade ou austericídio como se costuma taxar as saídas que se impôs ao mundo depois que as crises de 2008/9 e 2011/12 desvelaram a gravidade das consequências da financeirização da economia mundial produziram grandes perigos para o mundo: o surgimento do trumpismo e a ascensão da extrema direita.

Não estamos podendo manter a democracia na crise da globalização que desindustrializou países, como o Brasil e o próprio Estados Unidos, destruiu empregos estáveis e remunerados, precarizou o trabalho, reduziu a classe média a uma minoria, abriu espaço para a informalidade como modo de vida, jogou a juventude na desilusão ou na luta heroica diária pela sobrevivência, numa espécie de semisservidão, e o mais grave assiste ao crime globalizado e o narcotráfico controlarem não apenas setores da economia mas da política e dos governos.

Tenho sérias dúvidas se podemos manter nossa soberania enquanto o capital financeiro e agroexportador controla nossa economia e a coloca a seu serviço, como estamos assistindo nos últimos dias. Não há como ter um projeto de desenvolvimento nacional e garantir nossa independência que não é só política, mas, principalmente econômica. E não a temos num regime de crescimento mínimo, de desindustrialização, de dependência das exportações de commodities e ainda totalmente subordinada aos interesses do mercado financeiro.

Nossas elites financeiras e agrárias e seus aliados na mídia fazem de conta que não estamos sob ameaça da extrema-direita norte-americana e suas congêneres em todo o mundo, apesar dos avisos que nos enviam, começando pela estadia ilegal e anti patriótica de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, que encontra eco e apoio aqui dentro do PL, seu partido, de seu pais e família, dos que financiaram o golpe de 8 de janeiro de 2023 e continuam financiando o bolsonarismo e organizando uma intervenção externa nas eleições de 2026.

A ofensiva contra Alexandre de Moraes, as pressões internacionais e a omissão das elites mostram que o projeto democrático está sob ataque.

A ofensiva contra Alexandre de Moraes, as pressões internacionais e a omissão das elites mostram que o projeto democrático está sob ataque.Daniel Torok/The White House

Os recados estão sendo dados e com métodos que conhecemos historicamente aqui em 1964 e no Chile em 1973. Busca-se criar um clima que justifique a intervenção não só pelas redes ou medidas jurídicas ou administrativas, mas com medidas de força, agora não mais militares, mas com as tarifas, sanções e bloqueios. Nas últimas semanas, como um raio do sol, surgem medidas contra o terrorismo na tríplice fronteira entre o Brasil e o Paraguai e a Argentina, em Foz de Iguaçu. Até o Hezbollah surgiu do nada. Depois espiões russos são descobertos no Brasil, como se a CIA não atuasse no Brasil e, por fim, aqui e ali nas redes e na imprensa a notícia que os Estados Unidos querem ter bases militares em Natal e Fernado de Noronha e já estão instalando uma no Paraguai.

O embate principal é com o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, uma forma diversionista de defender e proteger os golpistas e o bolsonarismo das consequências da tentativa de golpe de Estado e evitar a condenação de Jair Bolsonaro, pupilo e admirador de Donald Trump e dos Estados Unidos, a cuja bandeira já bateu continência. Fazendo eco à tentativa do bolsonarismo de coagir ministros do STF, cassar seus mandatos e mesmo fechar a Suprema Corte, autoridades e funcionários norte-americanos emitem ordens administrativas no mesmo sentido, impondo restrições legais nos Estados Unidos aos que se opõem às suas políticas e ações de política externa ou mesmo críticas ao país e seu governo.

Enquanto isso, assistimos à ofensiva do capital financeiro para reduzir nosso Brasil a um país primário exportador de alimentos, minerais e energia, privatizando instituições estatais como a Petrobras (já conseguiram a Eletrobras), bancos públicos como o BNDES, BB, CEF, BNB e a própria previdência social, além de desvincular o salário mínimo da previdência, pôr fim aos pisos da saúde e educação e depois privatizá- las, recusando-se a qualquer medida tributária progressiva, mantendo o caráter regressivo de nossos impostos, acumulando cada vez mais riqueza e a concentração de renda, preservando a desigualdade e a pobreza e, por fim, abandonando de vez qualquer soberania e projeto de desenvolvimento nacional.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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