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Marcus Pestana
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Renovação política
14/6/2025 9:00
A avaliação sobre nosso estágio de desenvolvimento econômico e social resvala sempre na figura de um copo meio cheio, meio vazio. Superamos a alta inflação crônica desde o Plano Real. Aproveitamos o boom das commodities e deixamos para trás o estrangulamento cambial. O crescimento nos últimos dois anos, pouco acima de 3%, não foi ruim e resultou em desemprego baixo. Universalizamos o acesso ao ensino básico e consolidamos o SUS, construímos uma densa rede de proteção social, modernizamos setores essenciais como o energético e de telecomunicações. Nossa democracia resistiu à perda de Tancredo Neves, a dois impeachments, à toda sorte de ameaças autoritárias e crises políticas.
No entanto, nossa renda per capita deverá fechar 2025 como a 79ª entre os países com dados estimados pelo FMI, equivalente a 25% da renda média dos americanos. Nosso desempenho na avaliação internacional da educação (PISA) é muito inferior à de países como o Vietnã. Enquanto os países asiáticos investem em média cerca de 35% de seus PIBs, o Brasil não passa de 17%.
Nossa produtividade é baixíssima. A infraestrutura, a capacidade de inovação tecnológica e a qualificação de nosso capital humano se colocam em patamar inferior ao necessário para impulsionar o salto de desenvolvimento desejado. O crime organizado e suas poderosas facções assombram os grandes centros urbanos, desafiam o Estado brasileiro e infernizam o sistema penitenciário.
A deterioração de nosso presidencialismo de coalizão complica o encaminhamento de soluções. A crise fiscal chegou ao limite como demonstram as discussões presentes sobre aumento de tributos e estrangulamento orçamentário. A carga tributária é muito alta para um país emergente, 34% do PIB. O orçamento brasileiro é o mais engessado do mundo. As despesas obrigatórias já representam 95% do total. Para se ter uma ideia, o PAC, que reúne os projetos estratégicos selecionados pelo governo como as sementes do Brasil do futuro, terá investimentos em torno de R$ 50 bilhões este ano, pouco mais de 2% da receita líquida primária que o governo tem para governar. Isto num país continental tão carente de estradas, ferrovias, portos, aeroportos, projetos de irrigação, soluções hídricas, tecnologias inovadoras, saneamento e moradia. As tristemente famosas BETs faturarão em apostas, em 2025, cerca de R$ 300 bilhões, ou seja, 6 PACSs. Durma-se com um barulho desses!
O Brasil tem pressa e exige mudanças. As soluções nascerão da política.
O ciclo 1992/2016 foi dominado pela polarização entre PSDB e PT, tendo como figuras emblemáticas FHC e Lula. De 2017 a 2025, a polarização se radicalizou em torno de Bolsonaro e Lula. Talvez seja hora de inaugurar um novo ciclo. Quem sabe não é hora de Lula e Bolsonaro passarem o bastão? Quadros experientes, talentosos e testados, de vários partidos e regiões, não faltam: Rodrigo Pacheco (PSD/MG), Fernando Haddad (PT/SP), Tarcísio de Freitas (REP/SP), Ronaldo Caiado (UB/GO), Eduardo Leite (PSD/RS), Eduardo Paes (PSD/RJ), Renan Filho (MDB/AL), João Campos (PSB/PE), Hélder Barbalho (MDB/P), Raquel Lira (PSD/PE), Ratinho Jr. (PSD/PR), Eduardo Rieddel (PSDB/MS), Rogério Marinho (PL/RN), entre outros.
A nova geração pede passagem e o país reclama um novo ciclo político que patrocine um desenvolvimento sustentado, sustentável e vigoroso!
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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