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No céu de Gaza, cadentes, só as bombas: a urgência do Brasil em romper laços com Israel

Diante do horror em Gaza, não há mais espaço para discursos vazios. Romper relações diplomáticas é uma questão de coerência, humanidade e urgência.

Alessandra Nilo

Alessandra Nilo

25/6/2025 9:00

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Após décadas de ocupação e bloqueio, e em meio a um genocídio documentado sob o protesto de milhares de pessoas no mundo interior, o Brasil, embora tardiamente, começa a sentir a pressão das ruas e a mobilização de artistas e trabalhadores ecoar. Monitorei os jornais por meses, sem menção a este genocídio, enquanto preocupações internas e guerras tarifárias ofuscaram o horror.

Contudo, o mero ecoar da tragédia nas manchetes, por mais essencial, revela-se perigosamente insuficiente. Tampouco basta que a mais alta voz da nação, embora corajosa em seu diagnóstico inicial, se limite a reiterar a dura palavra "genocídio".

O Brasil foi um dos primeiros países na América Latina a reconhecer o Estado da Palestina, ainda em 2010, a partir das fronteiras estabelecidas em 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital. Porém, num momento como este, a condenação verbal, desacompanhada de atos consequentes e de uma postura inequívoca, corre o risco de esvaziar-se em mero lamento retórico.

Além disso, a interceptação da Flotilha Madleen, com ativistas como Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila a bordo, sublinha a audácia da sociedade civil frente à passividade dos Estados, num cenário em que a atenção jamais se equipara à dimensão da atrocidade que essas pessoas resolveram enfrentar. Ou seja: mais uma vez são jovens ativistas agindo porque governos não agem.

Manifestação em São Paulo pelo fim do genocídio em Gaza e ruptura das relações do Brasil com Israel.

Manifestação em São Paulo pelo fim do genocídio em Gaza e ruptura das relações do Brasil com Israel.Ian Maenfeld/Folhapress

Essa metódica desconstrução, promovida pelo Estado de Israel contra o povo palestino, agora estendida àqueles que ousam lutar por mínima dignidade humanitária, só escancara ainda mais a bancarrota moral das nações que, por silêncio, omissão ou interesses, contribuíram para uma barbárie impensável, em meio a tantas crises planetárias. Quando nada se respeita, e mulheres e crianças tornam-se alvos e troféus, REAGIR é um imperativo inadiável.

Vale lembrar que em um paradoxo que beira o absurdo, o Senado do Brasil aprovou em maio, neste mesmo contexto de barbárie, um projeto que estabelece 12 de abril como data oficial para celebração anual da amizade Brasil-Israel. Que contradição mais gritante pode haver em face da história e da consciência global? Não nos estranha, considerando os interesses que dominam o Congresso Nacional, mas é grave demais o que tal decisão representa.

Até que o povo da Palestina se erga dos escombros, continuo pensando nas imensas contradições que enfrentamos. Nem todas as pessoas têm a coragem (ou meios) para se lançar por mar ou terra e fisicamente colocar-se como barreira e alvo frente a esse genocídio. Mas mais pessoas podem urdir palavras, protestar. A cada vida ceifada, a indignação precisa transcender o lamento e não basta assistir ou saber e dar likes: é urgente recuperar a humanidade perdida.

Enquanto a esperança se desfaz em pó sob um céu de bombas, eu já nem sei o que pensar sobre quem opta por desviar o olhar e se calar. Mas sei que a urgência do horror, em sua dimensão inegável e brutal, aponta para uma medida que transcende o discurso: o rompimento das relações diplomáticas com Israel, não é apenas uma opção, mas uma exigência que reflete a gravidade do momento e a coerência com as leis internacionais, com o antirracismo, com a nossa moral e, acima de tudo com o papel político do Brasil no cenário internacional.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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