Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Colunas >
  3. Os generais Bush, Trump, Kim e os filhotes da violência | Congresso em Foco

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News
LEIA TAMBÉM

Cezar Britto

Um novo pacto de amor é possível

Cezar Britto

O pacto de amor entre os homens e o desamor que dele gera

Cezar Britto

A anistia e as escolhas não aprendidas

Cezar Britto

A apropriação dos corpos das pessoas que trabalham

Cezar Britto

A frágil democracia estadunidense

Os generais Bush, Trump, Kim e os filhotes da violência

Cezar Britto

Cezar Britto

8/9/2017 | Atualizado 10/10/2021 às 15:47

A-A+
COMPARTILHE ESTA COLUNA
Quando da invasão estadunidense ao Iraque escrevi aquela época que o maior legado que o general Bush deixaria para a história seria a sua obsessiva ideia de solucionar o conflito mundial através da violência de uma guerra. O general não enxergava, por exemplo, qualquer contradição em invadir o Iraque para exigir o cumprimento de Resoluções da ONU, ao mesmo tempo em que apoiava Israel no seu assumido desrespeito à própria ONU, quando manteve a insana política de massacrar palestinos e de praticar o terrorismo estatal. Não enxergava qualquer ironia no fato de possuir o maior armazém de armas químicas e de destruição em massa da história, mas querer justificar uma guerra porque aquele pequeno e pobre país supostamente possuía um "titica" dessas mesmas armas, outrora fornecidas pelos próprios estadunidenses, quando o inimigo morava no vizinho Irã. Naquela época de nefasta memória, registrei a hipocrisia do império que sempre apoiou e ainda apoia ditaduras em todo o mundo, inclusive estimulando golpes de Estado, ter retirado o apoio ao seu ex-aliado Saddam Hussein, alegando que, repentinamente, deixara de ser um "bom mocinho". Pouco importava se as pessoas se convenceram de suas proposições, o que apenas lhe interessava era fazer valer a sua ditatorial vontade, a sua incontrolável arrogância e o seu compromisso com o desenfreado lucro das indústrias bélicas. O tempo mostrou que os seus críticos estavam corretos, bem assim que a sua violência somente serviu para desestabilizar a região, provocando guerras civis, terrorismo em larga escala, genocídios generalizados, países destruídos e multidões de imigrantes vagando sem a esperança de um dia pousar em um porto seguro. Os recentes e gravíssimos pronunciamentos dos generais Trump e Kim mostram que ambos foram reprovados em todas as disciplinas que falavam de paz, de humanismo, de amor à vida e de respeito às diferenças entre os povos. Não estudaram as consequências das recentes Guerras do Golfo sobre o planeta e as pessoas, tampouco das guerras mundiais, do Vietnã, da Coréia, Afeganistão e das incontáveis tragédias militarizadas que apenas geraram as mortes de milhões de pessoas, holocaustos, países desfigurados e histórias desaparecidas. Certamente esqueceram do crime contra a humanidade praticado nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, quando os EUA utilizaram, pela primeira vez na história da humanidade, bombas atômicas, sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. No velho estilo Calígula, quando humilhou Roma nomeando seu cavalo Incitatus Cônsul de Roma, os generais Trump e Kim fazem do mundo uma insignificante baia, a abrigar garbosamente suas selas, suas ferraduras, suas esporas e seus domesticados animais. E cada um, como qualquer imperador que acredita ser possuidor do privilegiado e sacro dom da infalibilidade, criando a sua própria cruzada santa, uma guerra contra o eixo do mal ou mesmo uma guerra contra o terror. Não sem ambos, apenas em sotaques e vocábulos diferentes, dizem que as fardas estadunidenses ou norte-coreanas são superiores, impiedosas e indestrutíveis, ou, como dizem em propagandas nacionalistas e twiters incendiários, "quem não está com eles está contra eles". E nós - os eles nesta história que não promete um final feliz - seguindo a vida sem olhar para o céu atômico ou misseis de hidrogênio que se gabam do poder de destruir toda a humanidade. Diante deles, lembro sempre a certeira frase de La Rochefoucauld: Ninguém deve ser elogiado pela sua bondade quando não tem forças para ser mau. [caption id="attachment_307761" align="aligncenter" width="425" caption="Trump no avião presidencial, o Air Force One"][fotografo]Dan Scavino[/fotografo][/caption]O pior para a humanidade é que diariamente nascem, dentre outros, vários filhotes e seguidores das ideias de Baby Doc, Batista, Franco, Herodes, Hitler, Idi Amin, Médici, Mussolini, Milosevic, Nero, Pasha, Pinochet e Pol Pot na vida pública, sempre posando de bonzinhos e defensores de valores elevados, até que se revelem no momento em que adquirem o poder, ocasião em que assumem a prepotência e a violência que sempre esconderam. Aliás, todos eles eleitos, idolatrados e seguidos por pessoas que, igualmente disfarçados, têm uma sádica tara pela violência e consideram saudável a superioridade racial, econômica e social. Eles estão, em abundância preocupante, nos governos, nos parlamentos, nas ruas, nos ônibus, nos lares, nas redes sociais e em todas as conversas que fazem da violência o maior de seus argumentos. E é assim que eles, filhotes de ditadores, vencem e derrotam a humanidade, pois, como advertiu Sartre: A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota.  
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

política externa violência saddam hussein Donald Trump Kim Jong-un

Temas

Mundo Segurança Pública Colunistas
COLUNAS MAIS LIDAS
1

Poder Legislativo

Um Parlamento mais forte e mais representativo?

2

GOVERNO DO BARULHO

Big, beautiful, brutal: o orçamento MAGA 2025

3

Sistema Político

Crise no presidencialismo de coalizão ameaça a governabilidade

4

valores coletivos

Melhore o mundo! Dissolva o Medo

5

PESQUISA

Plataformas lucram com publicidade tóxica voltada às mulheres

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES