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Investigação
Congresso em Foco
19/11/2025 8:39
O governo do Distrito Federal (GDF) designou o atual superintendente da Caixa, Celso Eloi de Souza Cavalhero, para assumir a presidência do banco BRB. Servidor de carreira da instituição pública, Cavalhero irá substituir Paulo Henrique Costa, que foi afastado de seu cargo por ordem judicial.
Contudo, sua nomeação ainda precisa ser aprovada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. Além dele, a Justiça também decretou o afastamento temporário do diretor de Finanças e Controladoria do BRB, Dario Oswaldo Garcia Júnior.
Em comunicado, o GDF esclareceu que a escolha de Cavalhero visa "assegurar a continuidade administrativa e financeira do BRB", que é alvo de investigações que resultaram na deflagração da Operação Compliance Zero pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (18). O governo distrital também garantiu que, apesar da operação da PF, o BRB mantém sua capacidade plena de operação, com total segurança administrativa e financeira.
Operação Compliance Zero
Conforme informações da PF, até o início da tarde, os agentes envolvidos na operação já haviam realizado seis prisões (quatro preventivas e duas temporárias). Entre os detidos está o proprietário do banco Master, Daniel Vorcaro, que foi preso ao tentar deixar o país em um jato particular. A Justiça também determinou a apreensão de aproximadamente R$ 1,6 milhão em dinheiro, além de obras de arte, veículos e relógios de luxo. Os mandados judiciais estão sendo cumpridos em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
A Operação Compliance Zero é resultado de investigações iniciadas pela PF em 2024, com o objetivo de apurar e combater a emissão de títulos de créditos falsos por instituições que fazem parte do Sistema Financeiro Nacional. As entidades investigadas são suspeitas de criar operações de crédito fictícias, simulando empréstimos e outros valores a receber. Essas carteiras de crédito eram posteriormente vendidas a outros bancos. Após a aprovação do Banco Central, as instituições substituíam esses créditos fraudulentos e títulos de dívida por outros ativos, sem a devida avaliação técnica.
Segundo o diretor-geral da PF, estima-se que as fraudes contra o sistema financeiro tenham movimentado cerca de R$ 12 bilhões. O banco Master, de Vorcaro, é o principal foco da investigação, que foi instaurada a pedido do Ministério Público Federal (MPF). O banco ganhou notoriedade por adotar uma política agressiva para captar recursos, oferecendo rendimentos de até 140% do Certificado de Depósito Bancário (CDI) a quem adquirisse papéis da instituição financeira, uma promessa de ganhos superiores às taxas médias para bancos menores, que giram em torno de 110% a 120% do CDI.
As operações com precatórios, títulos de dívidas de governos com sentença judicial definitiva, também levantaram questionamentos sobre a saúde financeira do Master, que, ao emitir títulos em dólares, não conseguiu captar recursos devido à desconfiança do mercado.
Em março deste ano, o BRB anunciou a intenção de adquirir o Master por R$ 2 bilhões, valor que, segundo o banco estatal, corresponderia a 75% do patrimônio consolidado do banco de Vorcaro. No início de setembro, no entanto, o Banco Central (BC) rejeitou a transação.
Em nota divulgada logo após a prisão de Vorcaro e o afastamento de Paulo Henrique Costa, o BRB afirmou que "sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando, regularmente, informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central sobre todas as operações relacionadas [às negociações de compra do] Banco Master".
Leia a íntegra da nota do GDF.
"O Governo do Distrito Federal, diante das decisões judiciais proferidas nesta terça-feira (18) que determinaram o afastamento temporário do presidente e do diretor financeiro do Banco de Brasília, reforça seu compromisso com a legalidade, a transparência e a plena colaboração com as autoridades responsáveis pelas investigacões.
O Governo do Distrito Federal reafirma que o BRB mantém sua capacidade plena de operação, com total segurança administrativa e financeira. Todas as rotinas bancárias, sistemas internos, serviços aos clientes, contratos vigentes, operações de crédito e compromissos institucionais seguem em funcionamento regular. Não há qualquer impacto estrutural na liquidez, na solvência ou na continuidade operacional da instituição.
O Governo do Distrito Federal, para assegurar a continuidade administrativa e financeira do BRB, indicou Celso Eloi de Souza Cavalhero para a presidência do banco. Servidor de carreira da Caixa Econômica Federal desde 1990 e atual superintendente da instituição em Brasília, Celso Eloi possui trajetória consistente em gestão financeira pública, análise de risco e governança, além de ampla experiência operacional no sistema bancário. Sua indicação será encaminhada à Câmara Legislativa do Distrito Federal, nos termos da Lei Orgânica.
O Governo do Distrito Federal informa, ainda, que medidas internas adicionais serão adotadas para reforçar os mecanismos de governança, compliance e controle interno. A administração pública distrital acompanhará de forma permanente as apurações e colaborará com todas as instâncias regulatórias e fiscalizatórias. O objetivo é assegurar a integridade dos processos, preservar o patrimônio público e fortalecer a confiança no sistema financeiro do Distrito Federal.
O Governo do Distrito Federal permanece comprometido com a estabilidade institucional do BRB e com a garantia de que todos os serviços prestados à população ocorrerão com regularidade, transparência e responsabilidade."
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