Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
25/11/2008 | Atualizado 1/12/2008 às 8:10
Sob protesto de entidades estudantis e pressão favorável de artistas e produtores, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado aprovou há pouco (25) o projeto de lei que restringe a venda de ingressos meia-entrada a 40% do total de acessos oferecidos para o público. O substitutivo da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) foi aprovado por unanimidade pelos integrantes do colegiado.
O projeto aprovado será votado ainda em segundo turno na comissão antes de seguir para a Câmara. O texto só será submetido ao plenário se houver recurso apresentado por, ao menos, nove senadores. Pela proposta, apenas estudantes do ensino fundamental, médio e superior poderão ter o documento estudantil que dá direito à compra de ingressos meia-entrada. O benefício da meia-entrada também não mais se aplicará aos ingressos relativos a camarotes, áreas Vips e cadeiras especiais.
A matéria autoriza ainda o Executivo a criar o Conselho Nacional de Fiscalização, Controle e Regulamentação da Meia-Entrada e da Identificação Estudantil e estabelece a carteira de identificação estudantil (CIE) como identidade única. Também está previsto o ressarcimento para produtores que concederem o benefício da meia-entrada para estudantes e idosos. Pela proposta, fica o Poder Executivo autorizado a indicar a fonte de recursos para o ressarcimento.
“Os produtores e artistas têm o direito de vender o seu produto. Eles não têm a obrigação de dar de graça. E alguém tem que pagar por isso. A proposta é que haja esse ressarcimento por parte do governo”, afirmou a relatora do projeto. “E o produtor terá interesse em vender meia-entrada, porque será ressarcido”, complementou Marisa.
Embate
Durante toda a manhã de hoje, a pressão de artistas e estudantes dividiu a opinião dos parlamentares. O principal impasse se deu quanto à reserva de 40% dos ingressos para ingressos de meia-entrada. Em defesa da restrição, a classe artística e produtores culturais afirmam que, com o limite de cotas, será possível baixar o valor dos ingressos.
“O setor cultural estava arcando com um ônus muito grande. Temos hoje 80% das pessoas pagando meia-entrada, sem nenhum subsídio do governo. É o único setor produtivo que arca com isso sem nenhum bônus governamental. E isso é injusto”, argumentou o ator da Rede Globo Wagner Moura.
Contrários às cotas, os estudantes ligados à União Nacional dos Estudantes (UNE) e à União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) protestaram e se apoiaram no voto em separado do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que pedia a retirada da cota. Para o parlamentar, mesmo que seu voto tenha sido rejeitado pela comissão, a proposição do debate sobre as cotas foi válida.
“Os estudantes conseguiram um grande feito ao estabelecer o debate público sobre o tema. Esse projeto seria aprovado sem nenhuma discussão e a rigor o que está sendo votado são as cotas que restringem o direito do estudante. Não tem nada de regulamentação, já que tudo terá que ser estabelecido pelo Executivo”, disse o senador Inácio Arruda, que garantiu que irá entrar com recurso em plenário. “Vou levar o debate ao plenário do Senado, pois começa-se com uma cota X e depois pode se restringir ainda mais esse direito”, considerou.
Fraude
A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, argumenta que as cotas não serão cumpridas e que a quantidade de ingressos vendidos à meia-entrada poderá ser menor que o percentual estabelecido. “O projeto não resolve o problema da regulamentação e impõe as cotas. Hoje, onde existem cotas, elas não são cumpridas. Estamos limitando o acesso histórico ao direito à meia-entrada”, disse.
Segundo Lúcia, antes da MP 2208/2001 – que descentralizou a emissão de carteiras estudantis pela UNE e Ubes, levando à emissão descontrolada do documento –, cerca de 30% dos ingressos de espetáculos, show e outros eventos culturais eram ocupados por estudantes. “O grande problema hoje é por causa da falsificação. Na medida em que, historicamente, a ocupação dos lugares por estudantes é de 30%, não é preciso criar cotas. Vamos resolver o problema da regulamentação da carteirinha”, declarou o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), que se declarou contra as cotas.
Para o senador Flávio Arns (PT-PR), autor do projeto junto com o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), é preciso uma maior fiscalização para se ter um melhor controle da emissão de identidades estudantis e do estabelecimento de cotas. “Os estudantes não são contra as cotas. O que eles alegam é que precisa de mais mecanismos para fiscalizá-las. Hoje em dia é uma fraude completa essa questão das carteirinhas”, considerou Arns. (Renata Camargo)
Matéria publicada às 14h59 do dia 25/11/2008. Última atualização às 7h52 de 01/12/2008.
Temas
PEC da Blindagem
Silvye Alves pede desculpas por voto a favor da PEC da Blindagem
PEC da Blindagem
Em vídeo, Pedro Campos diz que errou ao apoiar PEC da Blindagem
PEC da Blindagem
PEC da blindagem
Artistas brasileiros se posicionam contra a PEC da Blindagem
SERVIDOR LICENCIADO