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Congresso em Foco
18/9/2006 9:22
O ex-prefeito de Campo Grande e candidato ao governo de Mato Grosso do Sul André Puccinelli (PMDB) teve a sua administração marcada por muitas irregularidades, informa o repórter Lúcio Vaz, no jornal Correio Braziliense de hoje (18). Segundo o jornalista, testemunhas disseram ao Ministério Público Federal e à Justiça que o governo de Puccinelli permitiu que houvesse superfaturamento e direcionamento de licitações, que empresários laranjas "tocassem" obras públicas e até compra de votos.
De acordo com o jornal, tudo estaria registrado em auditorias da Controladoria Geral da União (CGU) e até em fita de vídeo. "Na urbanização do Córrego Bandeira, a CGU apontou um sobrepreço de R$ 3,9 milhões, além de sub-rogação ilegal de contrato e fuga ao procedimento licitatório. Durante quase um ano, parte da obra foi tocada por uma empresa que estava em nome de dois garis, a Engecap, controlada por Éolo Ferrari. O contrato foi cancelado, mas os garis assumiram dívidas no valor de R$ 4 milhões", diz Lúcio Vaz.
O repórter também conta que a empresária Marinês Bertagnilli, ex-mulher do empreiteiro João Amorim, viveu situação semelhante. "Marinês também foi usada como "laranja" e herdou dívida com o INSS no valor de R$ 985 mil. Segundo ela, Éolo e Amorim, "ao que parece, têm por costume manter empreiteiras em nome de terceiros, destinadas a se beneficiar de licitações públicas do atual governo municipal, com cujo prefeito mantêm estreitos laços de amizade pessoal, já que esse último foi inclusive tesoureiro das duas campanhas do prefeito André Puccinelli".
Na medida cautelar que moveu na Justiça, em 2003, Marines assegurou que o escritório da Engecap, onde Éolo dava expediente, ficava no mesmo escritório pessoal de Amorim, no edifício 5ª Avenida, 9º andar. "Ela explicou que pretendia ter acesso aos documentos da empresa MBM porque Amorim teria sido 'o único que se beneficiou dos vultuosos contratos de obras celebrados com a prefeitura de Campo Grande'. O empresário afirmou que Puccinelli era membro integrante do "clube da caxeta", juntamente com Éolo, Amorim e o então secretário de Obras, Edson Girotto. Muitas das reuniões semanais do grupo teriam sido realizadas na sua casa", conta o jornal.
Numa escritura de declaração lavrada em cartório de São Paulo, Marinês declarou que a MBM "foi constituída com o objetivo de realizar obras públicas para o município em caso de vitória do André". Ela ainda afirmou que "as licitações da prefeitura eram previamente acertadas, sendo a MBM sempre beneficiada com as melhores obras". Os "acertos" seriam feitos com Girotto. Ela também disse que "muitos pagamentos eram feitos, em dinheiro depositado em um cofre em sua própria casa, a pessoas que lá compareciam para receber".
Sobre a ocorrência de sobrepreço nas obras do Córrego do Bandeira, a prefeitura de Campo Grande contestou a conclusão da CGU. Para a prefeitura, os números da CGU resultaram da comparação entre os preços contratados com os preços unitários do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi). "Esses valores referenciais só foram estabelecidos como parâmetros de obras públicas executadas com recursos federais a partir de 2002, portanto em data posterior ao período da negociação dos preços dos contrato, realizada em 2001", alega a prefeitura.
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