Senador Alessandro Vieira foi um dos parlamentares que atuou na CPI da Covid. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Parlamentares reagiram na manhã desta sexta-feira (29) para a uma
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sugerida no Congresso que tenta conceder o cargo de senador vitalício a todos os ex-presidentes da República do Brasil.
A PEC seria uma manobra do centrão para blindar o presidente Jair Bolsonaro de eventuais responsabilizações na Justiça no caso de possível derrota ou desistência da corrida presidencial de 2022, conforme levantou o podcast Papo de Política, do jornal G1.
Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), a proposta é um "factoide" e uma "cortina de fumaça" para camuflar as mortes da pandemia, a crise econômica e as denúncias de "rachadinhas" envolvendo os filhos do presidente.
O deputado
Bohn Gass (PT-RS), líder do PT na Câmara, compartilhou do posicionamento de Vieira e afirmou que essa história é "absurda" e que se trata de medida para maquiar os acontecimentos do governo Bolsonaro.
Já a deputada pelo PT,
Gleisi Hoffmann criticou a ideia da proposta.
O deputado
Ivan Valente comparou à proposta a uma iniciativa semelhante conduzida pelo ditador Augusto Pinochet, no Chile, para evitar punição pelos crimes cometidos durante o Regime Militar naquele país.
Investigações federais ligam o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos
Carlos e
Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) a supostos esquemas de
"rachadinha", além dos recentes pedidos de indiciamento entregues à Procuradoria-Geral da República (
PGR) pela
CPI da Covid.
No
relatório final da comissão, são atribuídos 9 crimes ao presidente, além de pedir o banimento de Bolsonaro das redes sociais por disseminar notícias falsas. São imputados ao chefe do Planalto os crimes de epidemia com resultado de morte; infração de medida sanitária preventiva; charlatanismo; incitação a crime; falsificação de documento particular; emprego irregular de verbas públicas; prevaricação; crimes contra a humanidade e crimes de responsabilidade
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