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A agenda da educação

A agenda da educação não passa necessariamente pela necessidade de mais leis. Mas há um papel talvez mais importante para o Congresso Nacional.

João Batista Oliveira

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12/12/2022 14:23

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É preciso ampliar significativamente a oferta do ensino médio profissionalizante. Foto: Valter Campanato/ABr

É preciso ampliar significativamente a oferta do ensino médio profissionalizante. Foto: Valter Campanato/ABr
A agenda da educação não passa necessariamente pela necessidade de mais leis. Mas há um papel talvez mais importante para o Congresso Nacional: promover o debate e assegurar o espaço do contraditório. A longo prazo, ideias bem curtidas e destiladas podem contribuir para inspirar mudanças legislativas de impacto. O espaço para debates - especialmente o debate qualificado - já foi maior nas duas casas e este seria um bom momento para ampliá-lo, especialmente no caso da educação. Na última terça-feira, 6 de dezembro de 2022, lancei o livro Propostas para Romper o Atraso na Educação (Arraes Editores Ltda). Compartilhei nesse espaço o essencial da reflexão. O livro é dividido em quatro partes. Na primeira, apresento e analiso os dados: redução da demanda devido à redução da taxa de natalidade, qualidade péssima, poucos e pífios avanços, custos subindo. Na segunda parte, um diagnóstico: por que não conseguimos avançar? Essencialmente nos falta entender e equacionar de maneira adequada os quatro pilares básicos de qualquer sistema educacional: currículo, professores, avaliação e gestão. O único item em que avançamos um pouco mais foi o da avaliação, mas essa perde função quando deixa de ser usada para melhorar os resultados. Na terceira parte, apresento uma análise de conceitos e ideias que sempre deram certo em educação, e sobre as quais existem evidências robustas. Contraponho essas ideias à maioria das ideias prevalentes sobre educação no Brasil e que, infelizmente, não se baseiam em evidências - e, por isso mesmo, não produzem resultados adequados. Essas ideias são capitaneadas pela obsessão do "mais": a ideia de que mais dinheiro, mais escolas, mais vagas, mais tempo integral, mais legislação, mais conselhos, mais isso e mais aquilo vão melhorar a qualidade. Não aconteceu. Nem vai acontecer. Não é trivial equacionar os problemas educacionais do Brasil - nem a nível nacional, estadual ou municipal. Nos municípios, em particular, as realidades são muito diferentes - o que sugere a inviabilidade de políticas centralizadas, gerais e uniformes. Por outro lado, não faltam esforços aqui e ali, mas raramente deram certo ou se sustentaram para além de uma administração. O que fazer? O momento é pouco propício para promover as reformas profundas e radicais que são necessárias. O que precisa ser feito para montar e operar um sistema educativo de qualidade é sabido, mas isso não é reconhecido pelo nosso "establishment" educacional. O momento também não é oportuno para promover essa cruzada. Ademais, há premências a serem atacadas no curto prazo. Há muito o que fazer, inclusive com importantes consequências para o longo prazo. O livro aponta duas medidas que podem começar a melhorar as condições a longo prazo. Uma delas tem a ver com professores - as peças-chave da qualidade de qualquer sistema educacional. O desafio consiste em criar condições para atrair para o magistério pessoas com desempenho acadêmico comprovado. Tanto os governos estaduais quanto - e especialmente - o governo federal poderiam dar importantes passos nessa direção. Sem isso, não existe futuro para a educação. Desenvolver políticas efetivas para a primeira infância seria outra medida de grande impacto para proteger e assegurar às crianças - principalmente às mais vulneráveis - condições minimamente adequadas nos primeiros dias de vida. Essas políticas se materializam nos municípios. Há muito que pode ser feito pelos prefeitos, governadores e pelo governo federal. E isso nada tem a ver com creches nem as substitui, mas pode dar resultados muito mais eficazes e com custos muito menores. Esses são dois projetos estruturantes - mas, nem de longe, esgotam o elenco de elementos de uma política educacional consistente para o longo prazo. Infelizmente, este não é um momento adequado para isso. Há premências que precisam ser atendidas e que, se o forem de forma adequada, poderiam lançar sementes para viabilizar um projeto a longo prazo. Destaco aqui apenas três dentre essas prioridades do curto prazo. A primeira delas é da competência de estados e municípios: assegurar a presença e a permanência das crianças na escola, especialmente as mais vulneráveis. A pandemia tornou pior o que já era ruim. A desvinculação das condicionalidades do Bolsa Família também não ajudou. Trata-se de um problema de gestão que começa e termina na escola. Mas que pode ser estimulado fora dela. A segunda delas consiste em recuperar o atraso escolar decorrente da longa interrupção das aulas. Isso não comporta improvisação: requer a adoção de estratégias eficazes e cientificamente comprovadas, como assegurar a alfabetização de todos os alunos das séries iniciais. Isso também depende de estados e municípios, mas o governo federal pode sinalizar e estimular a implementação de estratégias eficazes. O sucesso nisso pode servir de alavanca para conquistar novos sucessos. Mas, sem isso, o resto não ajuda muito - vamos continuar a enxugar gelo. A terceira prioridade refere-se ao ensino médio. Aqui o desafio consiste em ampliar significativamente a oferta do ensino médio profissionalizante. A melhor solução dependeria de pequenos ajustes na legislação. Entretanto, mesmo sem isso, há muito no que os Estados podem avançar - inclusive e necessariamente com a colaboração do Sistema S e do setor privado em geral. O leitor interessado encontrará mais detalhes no livro. Para isso, acesse aqui.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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