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O espaço que cuidamos é o espaço que respeitamos

Projeto em tramitação na Câmara de São Paulo endurece as penalidades para pichações com discursos de ódio e preconceito.

Cris Monteiro

Cris Monteiro

9/5/2025 13:00

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Muro do Centro de Educação Infantil Jardim Verônica, em São Paulo

Muro do Centro de Educação Infantil Jardim Verônica, em São PauloReinaldo Canato/Folhapress

Tem coisa mais simbólica do que caminhar por uma rua limpa, bem cuidada, paredes sem pichações e com lixeiras no lugar certo? Esses detalhes, que às vezes passam despercebidos, fazem toda a diferença na forma como a gente vive a cidade. Quem já viajou para fora do país ou mesmo já assistiu a filmes ambientados em cidades organizadas sabe bem a sensação: as ruas limpas parecem inspirar mais respeito, as pessoas pensam duas vezes antes de jogar lixo no chão porque percebem que aquele espaço é cuidado. É como se a ordem no ambiente gerasse, automaticamente, uma postura mais consciente. Isso mostra que quando o espaço é valorizado, a gente se sente parte dele e tende a cuidar também.

Cuidar de onde circulamos diariamente vai além da estética. É sobre convivência, segurança e pertencimento. Existe uma abordagem de segurança pública chamada "Teoria das Janelas Quebradas" que explica por que locais bem cuidados são tão importantes. Em poucas palavras, esse modelo de política de segurança explica que sinais de descuido e falta de resposta, como uma janela quebrada deixada sem conserto, transmitem a ideia de abandono e incentivam comportamentos mais graves, contribuindo para o aumento da criminalidade. A ideia é que, quando a gente deixa sinais de abandono se acumularem, como pichações, lixo ou postes quebrados, esses sinais acabam incentivando ainda mais o descuido. A desordem vai se espalhando. Mas o contrário também é verdade: quando o espaço está limpo e bem cuidado, as pessoas tendem a respeitar mais. É como se a cidade dissesse: "Aqui, a gente se importa."

São Paulo, infelizmente, ficou conhecida por suas inúmeras pichações que cobrem prédios, viadutos e fachadas, muitas vezes em áreas recém-reformadas ou de valor histórico. Não se trata aqui de grafite ou arte urbana, mas de atos de vandalismo que sujam e desvalorizam o espaço público. É comum ver marcas deixadas por pessoas que escalam prédios apenas para pichar, contribuindo para a sensação de desordem e abandono que tanto afeta a imagem e o dia a dia da cidade.

Em muitos casos, essas pichações não se limitam à depredação visual, elas carregam mensagens de ódio, racismo e intolerância. Frases ofensivas, símbolos nazistas ou ataques a grupos específicos têm aparecido em muros por São Paulo. Quando a pichação se torna um canal para a discriminação, ela ultrapassa qualquer limite e precisa ser tratada com a devida seriedade.

Nesse sentido, um projeto de lei que propõe mudanças na Lei Municipal nº 16.612, voltada ao combate à pichação, vem ganhando destaque. A proposta endurece as penalidades para casos com mensagens de ódio, como símbolos racistas, antissemitas ou de apologia ao crime, e autoriza o uso das câmeras do programa Smart Sampa para identificar os responsáveis.

Manter a cidade em ordem é um pacto coletivo. O poder público tem um papel fundamental, mas o cidadão também. E quando políticas públicas como essa se alinham ao trabalho de zeladoria urbana, que limpa, organiza e cuida, a gente avança. A cidade fica mais viva, mais humana. No fim das contas, cuidar da cidade é cuidar das pessoas. É garantir que cada rua, praça ou muro reflita os valores que queremos ver no dia a dia.

O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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