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Mariana Londres
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Orçamento abre nova frente de batalha do governo no Congresso
Governo
30/9/2025 9:00
Oficialmente fora da base do governo, os partidos União Brasil e PP, federados na União Progressista, votaram durante esta gestão do presidente Lula próximo da média do índice de governismo (PP 73,9% de governismo e União 66,9%).
De acordo com o Radar do Congresso, ferramenta do Congresso em Foco, o alinhamento da Câmara do o governo em 1.247 votações é, em média, de 71%. O índice é calculado a partir das votações alinhadas com a orientação do líder do governo.
A Fatto Inteligência Política coletou dados do Radar do Congresso para comparar os números por partido e por deputado. A média de governismo é historicamente alta, acima dos 70%, independente do governo. Isso ocorre porque são muitas as votações na Câmara, e a maioria delas não tem caráter governo versus oposição. Além disso, em geral as discussões só chegam ao plenário após o avanço de acordos.
O partido mais governista da Câmara é o PT, com 97,5% de governismo, seguido dos demais partidos de esquerda (PCdoB, PV, PSB, PDT - todos com mais de 90% de governismo - e Solidariedade e PSol, próximos de 80%).
Em um segundo bloco, aparecem os partidos de centro e centro-direita, como União e PP, com governismo entre 80% e 65%. Entre o PP e o União Brasil, o PP é mais governista. O União tem média de governismo menor que a da Câmara, e menor que a de partidos sem ministérios, como o PSDB e o Cidadania, com 72% e 67% respectivamente.
Isso acontece pelo perfil do União Brasil, que é resultado da fusão entre DEM e PSL. O DEM, por muitos anos, foi o partido mais à direita do Congresso Nacional, segundo o Brazilian Legislative Survey (BLS). Muitos parlamentares do União são anti lulistas históricos, como Mendonça Filho (União-PE) ou antipetistas mais recentes, como Kim Kataguiri (União-SP) e Rosângela Moro (União-SP).
Na outra ponta estão os partidos menos governistas: PL e o Novo (29,5% de governismo e 19,4%, respectivamente), que na maioria das vezes votam de forma contrária à orientação do governo. No PL, apesar da média próxima dos 30%, alguns deputados do partido de Bolsonaro são bastante governistas, como João Carlos Bacelar (BA), com 92%, Tiririca (SP), com 85% e Junior Lourenço (MA) com 84%.
Desembarque
Há alguns meses, o PP e o União Brasil ameaçam o desembarque total do governo Lula. Hoje, PP e União têm um ministro cada, mas existem dois outros ministros da cota do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que não são filiados.
Há uma decisão de ambos os partidos para que os ministros filiados deixem o governo até 30/09. O União Brasil foi além e decidiu que seu ministro, Celso Sabino (União-PA), do Turismo, deveria sair do governo até o dia 19/09. Nesta sexta (26/09), Sabino entregou carta de demissão ao presidente Lula mas ficou acertado entre os dois que o ministro fica pelo menos até a próxima quinta-feira (2/10).
A saída iminente desses partidos do governo tem uma evidente motivação eleitoral, já que a federação deve compor com alguma candidatura de centro-direita, em oposição ao presidente Lula na eleição presidencial no próximo ano.
Apesar do desembarque, diante do histórico e da motivação para a saída, acreditamos que o comportamento legislativo do União e do PP não deve se alterar nos próximos meses, até o final de 2026. As pautas prioritárias do governo para o restante do mandato são populares, o que leva parlamentares, mesmo os oposicionistas, a votos favoráveis. É o que deve ocorrer na votação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, marcada para esta quarta-feira (1º).
Além do apoio mais generalizado a pautas populares, o comportamento dos parlamentares se mostra menos alinhado às decisões da direção nacional dos dois partidos, e mais a dinâmicas individuais e negociações caso a caso, o que chamamos de "o varejo na política".
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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