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Não são os comícios: são as redes sociais, estúpido!

Engajamento digital superou os comícios e passou a definir o resultado das eleições.

Paulo José Cunha

Paulo José Cunha

21/10/2025 11:00

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Agora é definitivo: não se trata mais de especulação nem devaneio: a boa administração das redes sociais tem, sim, o poder de definir o resultado de uma eleição. É pouco ou quer mais? Pois aí vai: um estudo realizado a partir dos resultados da eleição de 2022 pelo Grupo de Pesquisa em Comunicação Política da PUC-Rio, antecipado pelo Correio Braziliense, concluiu que em 74% dos estados houve correlação direta entre o engajamento nas redes sociais e o número de votos. O estudo analisou 513 campanhas vitoriosas para deputado federal, comparando bases públicas do TSE com métricas de desempenho no Facebook e no Instagram, obtidas via CrowTangle, uma ferramenta de monitoramento do grupo Meta. É surpreendente e até assustador, mas, ao fim e ao cabo, é apenas uma realidade com a qual temos de conviver daqui pra frente.

O estudo é uma das mais importantes, atuais e necessárias pesquisas sobre a influência das redes sociais nos palanques eleitorais. E demonstra com números, e não a partir de especulações, uma realidade preocupante dos novos tempos: a influência decisiva das redes sociais no voto depositado nas urnas. Não é pouca coisa. É, apenas... assustador!

E olha que ainda falta estudar o impacto de plataformas como o Tik Tok e da própria Inteligência Artificial, que já foram usadas à larga em competições eleitorais recentes como as de Javier Milei na Argentina e de José Antonio Kast Rist no Chile, ambos de extrema-direita. Para o condutor do estudo, professor Arthur Ituassu, a IA opera "por baixo de tudo", da produção automatizada de vídeos e textos à personalização e otimização na disseminação de conteúdo, redefinindo a lógica das campanhas. O estudo aponta uma tendência irreversível: o aumento exponencial da renovação nos quadros políticos a partir do uso intensivo das novas tecnologias, que propicia o surgimento de figuras como Nikolas Ferreira (PL-MG) ou Gustavo Gayer (PL-GO), políticos destituídos de conteúdo mas altamente ativos nas redes, as quais se converteram irreversivelmente nos novos palanques onde se operam de fato as campanhas políticas. As redes simplesmente substituíram os comícios a céu aberto e ponto final.

Uso estratégico das redes e da IA redefine campanhas e desloca o poder da rua para a tela.

Uso estratégico das redes e da IA redefine campanhas e desloca o poder da rua para a tela.Freepik

Outra novidade apontada pelo estudo: a relação direta entre o uso das mídias sociais e a eficiência financeira. "Quem mais usa a mídia social tem tido mais eficiência do ponto de vista de precisar de menos recursos para obter votos. Quanto maior o engajamento, menor o custo eleitoral". Segundo ele, em 55% dos estados, as campanhas mais engajadas também foram as mais econômicas. "A direita levou vantagem por trabalhar temas com maior potencial de viralização, enquanto parte da esquerda ainda concentra esforços em agendas mais segmentadas".

Para o publicitário José Américo Silva, diretor da Cidade Propaganda, as redes deixaram de ser complemento e assumiram o papel central nas campanhas. "Elas definem narrativas, revelam candidatos e aproximam o eleitor como nunca antes. Diferentemente do rádio e da tv, onde o tempo é rigidamente dividido, nas redes o espaço é ilimitado, o alcance depende mais de estratégia, criatividade e investimento do que de tempo".

José Américo foi quem produziu o primeiro programa eleitoral totalmente feito com uso de Inteligência Artificial, para o partido Cidadania em que, fora os roteiros, tudo o mais foi produto da IA. "Pouco tempo depois (da campanha do Cidadania), vimos vídeos de IA sendo usados para defender narrativas e, em alguns casos, espalhar falsidades. A Inteligência Artificial, assim como as redes, pode ser instrumento poderoso para o bem e para o mal", adverte ele.

Em síntese, aqui entre nós: ou os atores políticos mais responsáveis incorporam de vez o desafio de definir estratégias de uso massivo das modernas tecnologias, saindo da posição conservadora de apenas criticá-las, ou assumem o risco de entregar aos mais irresponsáveis - principalmente os da extrema-direita fascista - os destinos de uma cidade, de um estado ou mesmo de uma nação.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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