Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
quinta-feira, 22 de maio de 2025
Informativo no ar!
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Colunas >
  3. O poder da empatia | Congresso em Foco
[Erro-Front-CONG-API]: Erro ao chamar a api CMS_NOVO.

{ "datacode": "BANNER", "exhibitionresource": "COLUNA_LEITURA", "assettype": "CO", "articlekey": 14761, "showDelay": true, "context": "{\"positioncode\":\"Leitura_Colunas_cima\",\"assettype\":\"CO\",\"articlekey\":14761}" }

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News
LEIA TAMBÉM

Cezar Britto

Um novo pacto de amor é possível

Cezar Britto

O pacto de amor entre os homens e o desamor que dele gera

Cezar Britto

A anistia e as escolhas não aprendidas

Cezar Britto

A apropriação dos corpos das pessoas que trabalham

Cezar Britto

A frágil democracia estadunidense

O poder da empatia

Cezar Britto

Cezar Britto

20/4/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 16:05

A-A+
COMPARTILHE ESTA COLUNA

[fotografo] Adobe Stock [/fotografo]

[fotografo] Adobe Stock [/fotografo]
Jaci estava indignada com os fatos que testemunhara na noite anterior. Ela que iluminava com esperança os sonhos da humanidade, agora presenciava cenas despertas em estrondosa ausência de empatia e barulhento desrespeito à vida. Ela reproduzia o desalento de seu povo e da irmandade brasileira que estavam sendo vítimas de uma pandemia incontrolada e que ceifava indistintamente milhares vidas.
- Axé, Jaci! - cumprimentou Oxalá, aproximando-se da tristonha amiga. - O mesmo pesadelo de sempre?
- Quisera fosse pesadelo, Oxalá! - respondeu Jaci. - Jurupari quando nos visita em pesadelo atormenta o corpo adormecido, mas vai embora quando Guaracy lança os primeiros raios do dia. O terror que as pessoas estão praticando se faz acordado. E não acaba quando o dia nasce.
> Apresentação das Parábolas de Emanuel, Jaci e Oxalá - Você está falando daquela turma que passa a noite aglomerada em bares e festas clandestinas, não é? - perguntou Oxalá. - Eles realmente simbolizam o terror acordado. Estão assassinando suas próprias famílias, matando os amigos e espalhando a Covid em vários lugares.
- Essa turminha mesmo! Um bando de karoaras, como diria a irmandade suruí - concordou Jaci. - Confesso que às vezes penso em acordar Anhangá e pedir que leve todos eles para o submundo em que reina.
- Caso decida, avise com antecedência - brincou Oxalá, arrancando um sorriso cúmplice em Jaci. - Assim peço a Exu para ajudar a Anhangá, para que eles levem para o baixo astral esses kiumbas espalhadores de doenças. E se colocarmos os negacionistas no mesmo balaio, pedimos também a ajuda de Emanuel, até porque muitos se aglomeram em nome de Deus.
- Estão falando de mim? - falou Emanuel, ingressando na sala em que estavam seus amigos. - Qual é o assunto?
- Lá vem o onipresente! - gargalhou Oxalá. - É só falar nele e ele logo aparece.
- Onisciente também - entrou na brincadeira Jaci. - Claro que ele sabe que estamos falando dessa turma que despreza a vida, inclusive os que dizem falar em nosso nome e usam os templos para explorar a fé e negar o papel da vacina na busca da cura.
- Eles sabem que meu Pai proibiu o uso do templo para o comércio - falou, seriamente, Emanuel. - Mateus já escreveu em 21:12 que "A minha casa será chamada casa de oração". Marcos também deixou bem claro em 11:15 que o templo não é mercado. Da mesma forma que Lucas fez em 19:46 e João em 2:28.
- O nosso povo também não fala com Tupã através do templos, por isso compreendo quando disse uma vez que todo ser humano carrega o templo em seu próprio coração - concordou Jaci. - E olhe que nunca esqueci quando você, sabiamente, não caiu na provocação de alguns maliciosos e disse a eles: "Dai a César o que é de César, e a Deus o que é Deus."
- Para a alegria de todo mundo que carrega o nome de Cesar - gargalhou, zombeteiro, Oxalá. - Devem achar que são donos de todas as coisas do mundo.
- Donos do mundo são aqueles que trazem a empatia no coração - suspirou
Emanuel. - "Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia". A eles devemos dirigir nossa proteção.
- Estou muito impressionada como estão ajudando, mesmo correndo o risco de morrerem pelo vírus ou pelo ódio negacionista - concordou Jaci. - Os profissionais da saúde são seres dignos de serem chamados de pajés.
- Omulú tem cuidado deles e também aquelas divindades que trabalham nos transportes públicos, nas farmácias, nos supermercados, nos restaurantes, nos servidos de entrega de alimentos e os que combatem as novas endemias - emendou Oxalá. - Elas cuidam para que as outras pessoas fiquem em casa, mesmo quando algumas destas, ingratas, não defendam que sejam incluídas nos grupos de risco.
- O meu povo bem sabe o que é ingratidão, Oxalá - retomou, triste, Jaci. - Muitos ricos ainda acham que os pobres, os negros e os índios sãos mercadorias baratas e substituíveis. Você lembra quando Tupã nos disse que já presenciou vários governantes organizando os mais diversos tipos de genocídios contra nós? Eu ainda choro quando lembro daquele desfile militar durante a ditadura brasileira, quando soldados carregavam vários de nossos irmãos presos e carregados em paus-de-arara, como se fossem animais selvagens.
- O mesmo ritual criminoso que ainda é estimulado em discursos oficiais e delegacias - acresceu Oxalá.
- Ontem meu Pai conversou com Buda sobre os nossos irmãos indianos, pois também está muito preocupado como as mortes de lá - interrompeu Emanuel. - E escutou Buda dizer que "Não permita que o outro tire a sua paz. A paz vem de dentro de você mesmo. Não procure à sua volta".
- É isso mesmo! Buda tem razão! - ressaltou Jaci. - Devemos fortalecer o coração de quem tem empatia pelas pessoas. Não deixar que elas desistam de lutar. Independentemente daquelas pessoas que nutrem o ódio ou desprezo pela humanidade, o poder da empatia tem força suficiente para provocar curas e mudanças importantes.
- Aprendi com Omulú a mesma coisa - concordou Oxalá.
- Então não deixemos o ódio vencer! Vamos juntar nossas mãos em oração e rezarmos para que a empatia não abandone a humanidade - finalizou Emanuel. - Quer iniciar a oração Oxalá?
- Com muito gosto, Emanuel - agradeceu Oxalá.
> Quem tem medo de Exu? >Parábolas de Emanuel, Jaci e Oxalá
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Cezar Britto festas negacionistas vírus coronavírus covid-19 pandemia aglomerações Emanuel Jaci e Oxalá Oxalá Parábolas Parábolas Emanuel Jaci Oxalá Omulú festa clandestina

Temas

Colunistas
COLUNAS MAIS LIDAS
1

ECONOMIA

O dia em que Wall Street dobrou Trump

2

saúde pública

Resolução do CFM nega a ciência e coloca vidas trans em risco

3

Sistema Político

Crise no presidencialismo de coalizão ameaça a governabilidade

4

CPI das Bets

Bets, beijos e selfies

5

valores coletivos

Melhore o mundo! Dissolva o Medo

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES