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Helena Theodoro
Dulce Pereira
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Música viva
21/1/2022 13:21
Mulheres negras ativistas em reunião do Fundo Elas+2. Foto: Acervo Fundo Elas+[/caption]
Lamento que o espetáculo não tenha se concretizado, mas nunca mais esqueci a história de vida desta artista maravilhosa e de alguns acontecimentos muito engraçados que meu amigo violonista João de Aquino contou das viagens que fizeram pelo mundo.
ELZA sempre lutou por mulheres negras e LGBTI, nos fazendo pensar nelas. Sua vida e seu ativismo nos levam até o resultado da pesquisa do Fundo Social Elas + sobre Ativismo e Pandemia no Brasil. Tal publicação nos permitiu conhecer como grupos e organizações de mulheres e de LBTI (lésbicas, bissexuais, trans e intersexo) foram impactadas e como vêm reagindo à pandemia da Covid 19.
Elza Soares sempre se preocupou com as questões sociais e com as mães da comunidade preta, já que era uma delas, sofrendo com a perda de filhos.
A pesquisa do Fundo, foi feita logo no início da pandemia, por conta de um edital, que buscou flexibilizar recursos para apoiar grupos formais e informais em 2020 e 2021 para o atendimento às demandas de emergência humanitária e manter suas organizações funcionando na luta por direitos. Com apoio de pesquisadoras de universidades públicas brasileiras coletaram dados entre julho e agosto de 2021 fornecidos por grupos e organizações de mulheres que participaram do edital online Mulheres em movimento 2020, num total de 953 organizações formais e informais, lideradas por mulheres.
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Mulheres negras ativistas em reunião do Fundo Elas+2. Foto: Acervo Fundo Elas+[/caption]
São muito interessantes os resultados, que comprovam o que canta Elza Soares: "a carne mais barata do mercado é a carne negra".
A pesquisa mostra que mais da metade da população brasileira é negra (IBGE, 2019) e está concentrada nas regiões com menores índices de desenvolvimento humano e nos maiores níveis de desigualdade do país, que são regiões Norte (73,7%) e Nordeste (69,2%). Por outro lado, nas regiões Sul (78,3%) e Sudeste (54,9%) a maioria da população é autodeclarada branca e tem melhores condições de desenvolvimento humano e menores índices de desigualdade.
Constatamos, assim, como o governo não tem políticas públicas para a comunidade preta e como, segundo as informações das organizações presentes na pesquisa, não receberam nenhuma ajuda ou financiamentos de organizações da sociedade civil e nem de órgãos estrangeiros. Consta cerca de 6,5% de apoio de ONGs internacionais, 6% de fundações privadas e 3,8% de órgãos multilaterais, o que nos mostra como é ínfima a participação internacional no financiamento das organizações e grupos de mulheres pretas. Ao mesmo tempo podemos constatar que muito pouco se investe em grupos liderados por mulheres em nosso país. Verifica-se, ainda, que as empresas privadas são as que menos financiam organizações lideradas por mulheres
Cabe salientar que a pesquisa comprova a histórica atuação política das mulheres negras, que se mostra com a predominância de 73,2% nas organizações e nos grupos. Podemos situar, também, a grande proporção de pessoas negras nas lideranças dos grupos que extrapola o percentual de 51% da população preta total.
Para enfrentar as consequências da pandemia da Covid-19, as organizações e grupos atuaram na linha de frente, facilitando a interlocução entre comunidade e Estado, ampliando e fortalecendo redes, além de propiciar acolhimento e acompanhamento à comunidade, reinventando seus ativismos. Usaram atividades digitais em muito encontros virtuais. Criaram redes, fazendo alianças, coalizões, frentes de ativismo e de estratégias coletivas.
O perfil das beneficiárias das organizações lideradas por mulheres representa grupos de mulheres de distintas gerações, raças, etnias, sexualidades, gêneros, vinculações profissionais e estudantis e em situações de vulnerabilidades.
Mulheres negras transformam o mundo! Salve Elza Soares!!!
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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