Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Colunas >
  3. O ato em defesa da democracia e a carta de princípios do Conselhão | Congresso em Foco

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News
LEIA TAMBÉM

Antônio Augusto de Queiroz

Como as emendas impositivas podem interferir no sistema eleitoral

Antônio Augusto de Queiroz

Regulamentação da Convenção 151 da OIT

Antônio Augusto de Queiroz

O papel das instituições e dos ritos no sistema democrático

Antônio Augusto de Queiroz

O Senado como Poder Moderador na atual conjuntura

Antônio Augusto de Queiroz

A batalha das eleições de 2026: o futuro do Brasil em jogo

8 DE JANEIRO

O ato em defesa da democracia e a carta de princípios do Conselhão

OPINIÃO: Por Antônio Augusto de Queiroz

Antônio Augusto de Queiroz

Antônio Augusto de Queiroz

15/1/2024 | Atualizado às 13:56

A-A+
COMPARTILHE ESTA COLUNA

Sessão Inaugural do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), em maio de 2023, no Palácio Itamaraty, em Brasília. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Sessão Inaugural do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), em maio de 2023, no Palácio Itamaraty, em Brasília. Foto: Ricardo Stuckert/PR
No momento que as autoridades dos Três Poderes promovem um ato em defesa de democracia e de combate a tentativa de golpe havida há um ano em Brasília, nos pareceu oportuno reproduzir neste espaço a Carta de Princípios da Comissão de Direitos e Democracia do Conselho de Desenvolvimento e Social Sustentável (CDESS), que propõe diretrizes, ações e medidas que dialogam com esse movimento civil em defesa da democracia em nosso país. A Carta, que tive a honra de propor e redigir - após receber sugestões, ser subscrita pelos conselheiros da comissão e ser formatada pela equipe da secretaria-executiva do conselho -, foi publicada no portal oficial da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Nela, os signatários advogam que não existe solução para os problemas coletivos fora da política e reforçam a necessidade de proteger as instituições democráticas, garantir o equilíbrio entre os três Poderes e assegurar o cumprimento dos direitos consagrados na Constituição a todos os brasileiros, sem discriminação de qualquer ordem ou em razão de orientação político-ideológica. Os postulados da Carta servem para todas as instituições, públicas e privadas, e pessoas, físicas ou jurídicas, que tenham compromisso com uma sociedade democrática, justa, livre e soberana. Sua principal recomendação, para tornar o nosso sistema político legitimado, consiste em substituir a democracia representativa, meramente procedimental, pela democracia substantiva, que pressupõe participação efetiva no processo político, na formulação das políticas públicas e no atendimento das necessidades básicas do povo. A seguir, a íntegra da Carta: "Carta de Princípios da Comissão de Direitos e Democracia do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável - Conselhão Considerando que a República Federativa do Brasil, de acordo com o art. 1º da Constituição Federal, tem como fundamentos: I  - a soberania; II   - a cidadania; III   - a dignidade da pessoa humana; IV   - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; e V   - o pluralismo político; Conscientes de que a Constituição Federal, em seu art. 3º, estabelece como objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I   - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II   - garantir o desenvolvimento nacional; III     - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e IV      - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação; Convencidos de que o exercício real da cidadania pressupõe o acesso às cinco gerações de direitos: I   - Direitos Civis; II   - Direitos Políticos; III   - Direitos Sociais, Econômicos e Culturais; IV   - Direitos Difusos e Coletivos; e V   - Direitos Bioéticos; Propugnando que a dignidade do cidadão requer o exercício de seus direitos, dentre outras, nas dimensões de eleitor, de contribuinte, de consumidor, de usuário de serviços públicos, de trabalhador e de empreendedor; Constatando que os cidadãos - que são a fonte do poder - não aceitam mais como legítimo nem ético um tipo de democracia meramente procedimental, institucional ou formal, que busca apenas o apoio, o voto e a legitimação do exercício do poder, sem compromisso com o atendimento das necessidades, aspirações e demandas da população; Percebendo que a desigualdade - frente à ausência da democracia substantiva que dê concretude às necessidades dos povos - assume proporções intoleráveis, de crise humanitária emergencial, tanto no provimento de bens e serviços quanto na proteção e na integridade física e moral dos excluídos; Crentes de que não há solução para os problemas coletivos fora da política e de que ela foi a forma que o processo civilizatório encontrou para mediar e resolver, de forma pacífica e negociada, os conflitos que, os indivíduos, na sociedade, não podem nem devem resolver diretamente com fundamento na força; Certos de que o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável é um espaço de debate e formulação de sugestão e recomendação ao Presidente da República de programas, propostas e soluções de problemas, sempre em sintonia com a defesa de valores fundamentais da democracia, equidade, justiça, direitos humanos, proteção do meio ambiente e promoção de serviços públicos de qualidade; Convictos de que é objetivo da Comissão de Direito e Democracia analisar e debater as políticas prioritárias do governo com vistas ao aprimoramento da legislação sobre sistema de Justiça e Segurança Pública, combate ao racismo, defesa e fortalecimento das instituições, combate à desinformação e combate ao discurso de ódio. A Comissão de Direitos e Democracia assume o compromisso de propor e apoiar medidas em favor: 1)  da democracia substantiva, crítica e participativa, que, além dos aspectos formais, pressupõe participação efetiva no processo de políticas públicas e atendimento das necessidades básicas dos povos; 2)  do respeito aos direitos sociais, humanos e estéticos e ao meio ambiente sadio e sustentável; 3)  da ampliação e do fortalecimento dos espaços de diálogo e concertação, bem como dos mecanismos de consulta popular; 4)  do estímulo à formação de coletivos horizontalizados de maneira a desenvolver as práticas de participação popular; 5)  de maior accountability e integridade na gestão pública, com prestação periódica de contas à população e amplo acesso à informação; 6)  da implementação, ainda que de forma incremental, das conquistas do processo civilizatório, representadas pelas cinco gerações de direitos; 7)  de uma reforma política que: a) garanta equidade nas disputas eleitorais, b) aproxime o representante do representado, c) elimine as distorções dos sistemas eleitoral e partidário, com redução da corrupção eleitoral e dos custos de campanha, d) amplie a transparência de todos os Poderes da República, o controle e a participação; e e) que valorize a consistência programática; 8)  da garantia e preservação das instituições do Estado e funcionamento dos poderes, com o resgate do sentimento de confiança no sistema político e nos agentes públicos; 9)  de campanha de combate às fake news e ao discurso de ódio, como forma de pacificar o País e priorizar as pautas de real interesse do povo brasileiro; 10)  do apoio à regulamentação das plataformas digitais e redes sociais, visando assegurar a liberdade de expressão e comunicação, com respeito aos direitos humanos e à ordem democrática; 11) da investigação e combate a todas as formas de organização de caráter neonazista e fascista e suas ramificações, em defesa da própria democracia; 12)  da garantia da laicidade do Estado e da liberdade de todas as religiões e suas expressões e repúdio ao fundamentalismo e intolerância religiosos, em todas as suas dimensões; 13)  do combate à desigualdade, da melhora da renda, do emprego e da inclusão social e econômica, como pressuposto para o pleno exercício, consciente e ativo, dos demais direitos; e, portanto, 14)  de uma sociedade civil ativa e diversa, de um mercado economicamente competitivo e produtivo, e de um governo íntegro, justo, eficaz e responsável, bem como um Judiciário ágil e equilibrado." Num momento em que, em vários países, há um risco de retorno de regimes autoritários ou não comprometidos com a democracia, reforçar esses compromissos, no Brasil, é não somente fundamental para valorizar as instituições democráticas e diálogo social e institucional, mas apontar caminhos e inspirar lideranças, em todo o país, e no resto do mundo, a lutar pelos mesmos valores.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

democracia conselhão 8 de janeiro

Temas

Governo Colunistas Coluna
COLUNAS MAIS LIDAS
1

Política paulista

Bolsonarismo tem espaço reduzido na gestão Tarcísio em SP

2

Finanças públicas

Por que pagamos tanto e recebemos tão pouco

3

Economia e inovação

Inovação e desenvolvimento: o desafio brasileiro

4

Comunicação

O bom e velho jornalismo: último refúgio contra fake news

5

Energia

O paradoxo do preço

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES