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Paulo José Cunha
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24/7/2017 | Atualizado 10/10/2021 às 16:37
[fotografo]Juca Varella/Agência Brasil[/fotografo][/caption]
Ou seja: são a práxis, a atuação e a ação os fatores determinantes de um posicionamento à direita ou à esquerda, e não os discursos. Partidos que se autoproclamam de esquerda no Brasil por vezes têm assumido posturas liberais conservadoras em sua atuação nas câmaras e assembleias. Foi por inspiração do PTB getulista que surgiu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) modernizadora das relações de trabalho, com a demarcação dos direitos trabalhistas. Direitos hoje combatidos pelo PTB e defendidos bravamente pelo PT de Dilma, que teve por vice Michel Temer, acusado agora de responsável por uma reforma trabalhista acoimada de eliminar esses mesmos direitos. Onde ficam direita e esquerda no meio disso tudo?
O populismo e o pragmatismo empurraram o principal partido trabalhista brasileiro da era moderna à vala comum da velha política em que os fins justificam (quaisquer) meios, embora o PT ainda se autoproclame uma legenda de esquerda. E talvez porque a esquerda ainda desperte um certo charme, legenda alguma, entre as dezenas de partidos que nascem como cogumelos dia sim e outro também, se assume como de direita. No máximo, se dizem de centro-esquerda, seja lá o que isto signifique. O PSDB de José Serra, militante de esquerda durante a ditadura, quando presidiu a União Nacional dos Estudantes (UNE), se autodenominava legenda de centro-esquerda em seus primórdios.
Nem é necessário pregar a necessidade de uma refundação da esquerda brasileira: essa deveria ser tarefa constante e diária. Desses embates surgiram inclusive legendas como o Psol. Em sentido inverso, o abandono de postulados superados da doutrina comunista clássica como ditadura do proletariado, luta de classes e a estatização dos meios de produção resultou em experiências como o PPS, legenda derivada do velho Partidão, e que ainda busca um azimute ideológico.
A necessidade de um partido ostensivamente assumido à direita, bem como a renovação e a revisão assumida e honesta dos postulados da esquerda seriam muito salutares à conturbada quadra atual da vida política brasileira. Como diriam Millôr Fernandes e Flávio Rangel, naquela alegoria deliciosamente escrachada que integra o texto da peça "Liberdade, Liberdade", em plena ditadura:
- Neste momento, achamos fundamental que cada um tome uma posição definida. Sem que cada um tome uma posição definida, não é possível continuarmos. É fundamental que cada um tome uma posição, seja para a esquerda, seja para a direita. Admitimos mesmo que alguns tomem uma posição neutra, fiquem de braços cruzados. Mas é preciso que cada um, uma vez tomada sua posição, fique nela! Porque senão, companheiros, as cadeiras do teatro rangem muito e ninguém ouve nada.Tags
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