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A FAB e a transferência de tecnologia - mais do que proteção para o Brasil

Investimento em alta tecnologia, ainda que a elevado custo, converte-se em benefícios para a sociedade, afirma Beth Veloso no Papo de Futuro.

Beth Veloso

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4/8/2023 8:13

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Papo de Futuro está de volta com uma discussão que parece bastante abstrata, um pouco periférica e sem um impacto direto na nossa realidade. A minha questão de debate hoje é: Por que o Brasil deve comprar aeronaves caras, se temos escolas sem banheiro e hospitais sem raio-x? Não faz mais sentido investir em saúde e em educação, já que estamos longe de sermos uma nação avançada em termos tecnológicos? Na verdade, a gente não está abandonando aqui no programa a pauta das mídias digitais e seu funcionamento, mas sim, propondo uma discussão sobre como, quando, e quanto investir em desenvolvimento tecnológico no Brasil, e o quanto isso é importante para a soberania do Brasil. Nós vamos falar sobre o caça sueco Gripen e o KC-390 Millennium, um cargueiro reabastecedor inteiramente produzido pela Embraer, empresa aeroespacial brasileira, considerado exemplo de inovação e excelência em engenharia no setor aeroespacial. Na verdade, investir em tecnologia, seja comprada no exterior, como no caso dos caças Gripen, ou desenvolver um avião 100% nacional são os dois lados da mesma moeda. Quando o Brasil comprou 36 caças da empresa sueca para fazer a defesa nacional, o debate no Congresso foi intenso e eu vivi isso de perto. Foi no governo Dilma Rousseff e as críticas foram de que o Brasil não poderia pagar milhões de dólares num avião tendo tantos problemas super importantes de infraestrutura para resolver e serviços básicos para atender. Hoje, uma década depois, a gente percebe que não é bem assim e que a tecnologia, mesmo quando importada, pode contribuir para que a gente aprenda a produzir inovação no Brasil, por meio dos contratos de transferência de tecnologia. O tenente coronel aviador Américo, comandante do primeiro grupo de transporte de tropa, que opera a aeronave KC 390, desde a base aérea de Anápolis, em Goiás, explica a importância dessa aeronave tanto em termos militares como em termos de logística. Ele explica que o Brasil já tem uma tradição na indústria aeronáutica com o avião Bandeirante e como papel da FAB vai muito além da defesa do Espaço Aéreo. "O primeiro avião produzido no Brasil voltado para a Força Aérea Brasileira foi o Bandeirante, com seu primeiro voo em 1968, após três anos de desenvolvimento, com 80 unidades vendidas  à FAB, depois o Uruguai, teve quase 500 unidades vendidas e 16 versões diferentes para nós um grande privilégio, agora com o KC 390 Millennium deve se constituir como um vetor para o cumprimento da missão da FAB  e de mobilidade estratégica das forças de defesa no Brasil, conforme estabelecido na Estratégia Nacional de Defesa, além das missões especificamente militares, o KC oferece apoio aos pelotões de fronteira, às reservas indígenas, às localidades de difícil acesso na Amazônia, ao transporte de material e pessoal em regiões carentes, às calamidades públicas e incêndios florestais e aos diversos órgãos do Estado brasileiro para missões de rotina e monitoramento de projetos". Não seria interessante nos perguntarmos se nós também não poderíamos ter evoluído, com a Embraer, para o desenvolvimento de um caça, ou seja, um avião de combate totalmente nacional? Eu também conversei com o tenente-coronel aviador Gustavo de Oliveira Pascotto, que é o comandante do primeiro grupo de defesa aérea, responsável pela operação das aeronaves Gripen. Ele nos contou que a transferência de tecnologia que vem acontecendo há praticamente dez anos pode sim levar o Brasil a uma independência na fabricação de aeronaves de combate. "Primeiramente, é importante a gente ressaltar que o processo de transferência de tecnologia foi importante vetor na definição do processo de compra. Com relação ao processo de transferência de tecnologia, é um processo bastante grande, abrangeu todas as etapas do desenvolvimento do avião, desde o design, na concepção, no desenho, nas análises de engenharia, passando pelos processos produtivos e montagens de componentes da aeronave, e também de manutenção de sistemas críticos, como, por exemplo, do radar. É um processo grande, a transferência ainda está acontecendo, desde a assinatura do contrato em 2014, e é completo, envolve várias empresas nacionais. A principal lição é a obtenção e a importância da autonomia tecnológica que os países precisam ter, no caso do Gripen, da autonomia aeronáutica, que dá ao País a capacidade de produção, senão da aeronave como um todo, mas de componentes de infraestrutura críticas que tem alto valor agregado e que garantem ao Brasil a capacidade de implementação de novas capacidades" E como o Brasil e a sociedade podem se beneficiar desses desenvolvimentos e dessa troca de tecnologia? Muitas tecnologias originalmente desenvolvidas para fins militares encontraram aplicações civis. Exemplos incluem a Internet, GPS, e certas tecnologias médicas. A pesquisa e desenvolvimento na indústria militar podem impulsionar inovações que eventualmente beneficiam a sociedade em geral. Quando se investe em alta tecnologia, ainda que isso custe muito caro e o retorno não seja imediato, os resultados se convertem em vários benefícios para a sociedade. Por isso, eu me pergunto se a gente não pode estender essa preocupação que a FAB e a indústria aeroespacial têm para criarmos uma internet mais nacional, para reduzir a dependência de grandes empresas estrangeiras para tecnologias de uso diário e também tecnologias críticas, para que possamos incentivar a tecnologia local com aplicativos de rede que gerem empregos e negócios, para que possamos falar em soberania nacional,  mas também em soberania de dados, em que tenhamos controle sobre a informação, os dados e o uso tecnológico da informação que se produz no Brasil. A FAB é exemplo de que o Brasil tem que inovar e pode inovar, e que isso traz vantagem competitiva, internaliza conhecimento e alarga o uso da tecnologia. Uma boa política pública, ou seja, financiamento a fundo perdido, para criação de muitas empresas de base tecnológica já seria um bom começo. E eu termino por aqui, pensando nas lições do que está acontecendo aqui na base da FAB em Anápolis e o que isso pode nos ensinar na construção de um país de futuro e com futuro. O comentário no Papo de Futuro vai ao ar originalmente pela Rádio Câmara, às terças-feiras, às 8h, em 96,9 FM Brasília. O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected]. 
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Aeronáutica Forças Armadas FAB Tecnologia beth veloso Papo de Futuro

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