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Congresso em Foco
5/6/2025 16:42
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi incluída na lista vermelha da Interpol, nesta quinta-feira (5), após pedido da Polícia Federal e determinação de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Antes dela, o ex-deputado e ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf também já havia aparecido no alerta vermelho da organização.
Em 2010, Maluf, deputado federal à época, e o filho Flávio foram incluídos na lista da Interpol por crimes relacionados com o desvio de mais de US$ 11 milhões em fundos públicos brasileiros de 1996 a 2005. Os pedidos de prisão foram emitidos pelos Estados Unidos e França. A sentença francesa determinou o confisco de 1,8 milhão de euros em contas da família.
Com a medida, o ex-deputado ficou impedido de deixar o Brasil. Quando recorreu do alerta e processou o procurador Robert Morgenthau, a Suprema Corte de Nova York negou o pedido, em 2012, e manteve o alerta emitido pelo órgão.
Paulo Maluf, porém, deixou a lista em 2017. No período em que foi removido da lista vermelha, a assessoria do parlamentar não justificou o porquê da remoção entre os foragidos nos 188 países membros da Interpol. De qualquer forma, o ex-prefeito de São Paulo pôde voltar a sair do país.
Atualmente, 72 cidadãos brasileiros, sendo 65 homens e sete mulheres, são procurados pela organização internacional por crimes que variam de tráfico internacional de drogas a homicídio qualificado e tortura. Em fuga do Brasil, a deputada foi condenada a 10 anos de prisão e perda do mandato pelo STF em razão do envolvimento em ações hackers no sistema de justiça do Brasil.
Interpol e políticos
Criada em 1923, a Interpol é uma organização internacional que tem como objetivo a cooperação com a polícia e o controle criminal. O Brasil é membro da organização desde 6 de outubro de 1986. O órgão está presente em todas as unidades federativas do país e faz parte da Polícia Federal.
Apesar de a maioria dos alertas vermelhos da Interpol estarem associados ao tráfico, homicídios e tortura, há a possibilidade da inclusão de fugitivos que cometeram outros crimes. Além de Zambelli e Maluf, não é raro que algum parlamentar ou ex-gestor seja incluído na lista vermelha da Interpol.
A organização não governamental Open Dialogue Foundation criticou a instituição devido às falhas que permitem perseguição política. "Devido às deficiências de seus mecanismos de supervisão, a Interpol tornou-se uma ferramenta "conveniente" usada para assédio em diversos casos políticos", afirma a ONG em artigo.
Na pesquisa foram analisados 44 casos de políticos listados no alerta vermelho da Interpol. O ex-ministro cazaque Mukhtar Ablyazov esteve na lista da organização de 2013 a 2017 por solicitação do governo russo pelos crimes de fraude, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos.
Opositor de Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela, o prefeito Manuel Rosales foi alvo da Interpol em 2009 após buscar asilo político no Peru. O alerta foi emitido pelo governo venezuelan em razão das acusações de corrupção contra o político.
Como funciona a difusão vermelha
A difusão vermelha da Interpol não é um mandado de prisão internacional, mas um alerta dirigido às autoridades policiais dos 196 países-membros da organização. O aviso solicita colaboração internacional para localizar e prender provisoriamente o indivíduo enquanto se aguardam procedimentos de extradição, entrega ou outras medidas legais.
Cada país decide, com base em sua legislação interna, se cumpre ou não o pedido de prisão. Muitos dos avisos são restritos ao uso policial, mas, em casos considerados de interesse público ou segurança, podem ser publicados. Atualmente, há 6.569 difusões vermelhas públicas em circulação.
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