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TENTATIVA DE GOLPE
Congresso em Foco
17/6/2025 14:06
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta terça-feira (17) o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para anular a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo. Na mesma decisão, Moraes também autorizou a realização de uma acareação entre Cid e o general da reserva Walter Braga Netto, marcada para o próximo dia 24 de junho, na sede do STF.
A tentativa de anular a delação teve como base reportagens recentes que atribuíram a Cid a autoria de mensagens em redes sociais comentando seu próprio acordo de colaboração com a Polícia Federal. Segundo os advogados de Bolsonaro, o militar teria descumprido cláusulas de sigilo e mentido em depoimentos, o que, na avaliação da defesa, comprometeria a validade do acordo.
Leia ainda: veja a íntegra da delação de Mauro Cid
"Impertinente"
Moraes, no entanto, classificou o pedido como "impertinente" e afirmou que o momento processual atual é inadequado para esse tipo de requerimento. O ministro destacou que a fase em curso permite apenas o pedido de diligências complementares, destinadas ao esclarecimento de pontos pendentes após o fim dos interrogatórios.
Durante o depoimento ao STF, Mauro Cid negou ter feito as publicações atribuídas a ele. Parte das mensagens foi vinculada a um perfil chamado "Gabriela R", cujo nome coincide com o da esposa de Cid, Gabriela Cid. Ainda assim, o ex-ajudante de ordens disse desconhecer a conta.
Nessa segunda-feira (16), a defesa de Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro e também réu no caso, apresentou documentos ao Supremo assumindo a autoria das mensagens. O advogado de Câmara anexou conversas, vídeos e fotos que, segundo ele, comprovariam que o próprio ex-assessor participou dos diálogos que motivaram o pedido de anulação da delação.
A Meta, controladora do Instagram, já foi intimada a fornecer os dados cadastrais da conta investigada, mas ainda não respondeu.
Acareação entre Cid e Braga Netto
Paralelamente, Moraes atendeu a um pedido da defesa de Braga Netto e autorizou uma acareação entre o general e Mauro Cid, para esclarecer supostas contradições entre os depoimentos de ambos no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A audiência foi marcada para as 10h do dia 24 de junho, no Supremo Tribunal Federal. Braga Netto, preso preventivamente desde dezembro de 2024, será escoltado a Brasília na véspera e usará tornozeleira eletrônica durante o deslocamento e a estadia. Ele também ficará proibido de manter contato com outras pessoas além de seus advogados.
Braga Netto é um dos 31 réus acusados de participação em uma tentativa de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022. Já Mauro Cid é peça central nas investigações após firmar delação premiada com a Polícia Federal. Em seus depoimentos, o ex-ajudante de ordens implicou diretamente Bolsonaro e outros ex-integrantes do governo em ações voltadas à desestabilização institucional.
Na semana passada, durante a fase de interrogatórios do chamado "núcleo 1" do caso, o próprio Jair Bolsonaro prestou depoimento ao STF. O ex-presidente negou qualquer intenção golpista e disse confiar nas instituições democráticas.
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