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TRAMA GOLPISTA
Congresso em Foco
11/9/2025 | Atualizado às 12:35
O ministro Luiz Fux votou nessa quarta-feira (10) pela condenação do tenente-coronel Mauro Cid e do general Walter Braga Netto por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. No mesmo voto em que absolveu Jair Bolsonaro, Fux afirmou que o ex-ajudante de ordens e o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil participaram ativamente de articulações golpistas, chegando a planejar e financiar ações contra o STF e o Congresso. Para o ministro, os dois "cruzaram a linha entre discurso e execução", ainda que o crime não tenha se consumado.
Com o voto de Fux, formou-se maioria pela condenação da dupla por esse crime. O relator Alexandre de Moraes e o ministro Flávio Dino também haviam votado no mesmo sentido. Dino e Moraes, no entanto, votaram pela condenação de todos os réus por todos os crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República.
Logo no início de sua participação, que se arrastou por cerca de 13 horas, Fux aceitou todos os questionamentos das defesas, com uma única exceção: ele entendeu como válida a delação de Cid. E foi esse reconhecimento que complicou a situação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Entenda mais o voto de Fux em relação a Braga Netto e Mauro Cid:
O crime em discussão
A PGR acusava os réus de cinco crimes:
Fux entendeu que só havia provas para condenar Cid e Braga Netto pelo primeiro crime. O crime de golpe foi absorvido por esse tipo penal, e os demais caíram por falta de provas ou de requisitos legais.
Mauro Cid
O que pesou contra ele
Alvos escolhidos: em novembro de 2022, Cid respondeu a um aliado que a ordem era atacar Congresso e STF. Para Fux, isso mostra ciência e comando direto sobre a estratégia.
Captação de recursos: após reunião na casa de Braga Netto, segundo Fux, sugeriu levantar R$ 100 mil para "mobilizar as massas" e gerar instabilidade que justificasse medidas de exceção.
Reuniões clandestinas: quase todos os encontros golpistas tiveram participação ou organização de Cid.
Monitoramento de Moraes: pediu e recebeu informações sobre deslocamentos do ministro, identificando vulnerabilidades.
Discurso de guerra: no fim de 2022, escreveu: "Sei que posso ser preso quando formos para a guerra, quero você ao meu lado".
Os argumentos de Fux para livrá-lo dos outros crimes
Braga Netto
O que pesou contra ele
Reunião da "Copa 2022": em 12/11/2022, recebeu Mauro Cid e outros militares em casa. Ali foram discutidas ações clandestinas e, de acordo com Fux, houve repasse de dinheiro em uma sacola de vinho, vindo de empresários.
Atentado contra Moraes: coautores se posicionaram em pontos de Brasília, usando jargão militar, para atacar o ministro Alexandre de Moraes. O plano foi abortado porque a sessão do STF foi adiada. Para Fux, isso configurou início de execução de um atentado que visava desestabilizar a separação de Poderes.
Os argumentos de Fux para livrá-lo dos outros crimes
O raciocínio de Fux
Houve conspiração e início de execução de atos golpistas.
Mauro Cid: foi peça central na logística, na arrecadação de recursos, na definição de alvos e até no monitoramento de autoridades.
Braga Netto: teve papel de liderança, financiou e participou de reunião que resultou em um atentado planejado contra ministro do STF.
Ambos: agiram com dolo, buscando abalar a democracia, mas não consumaram o crime - por isso a condenação é por tentativa.
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