"Ampla, geral e irrestrita é impossível", diz relator sobre anistia

Paulinho da Força (Solidariedade-SP) afirmou que "anistia ampla, geral e irrestrita é impossível". O deputado foi anunciado como relator do projeto que concede anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta quinta-feira (18).

"Anistia ampla, geral e irrestrita é impossível. Essa discussão eu acho que já foi superada ontem, quando o Hugo teve uma reunião de mais de três horas com o pessoal do PL. Acho que nós vamos ter que fazer uma coisa pelo meio. [...] Agora cabe a mim tentar fazer esse meio de campo aí. É o que eu vou fazer: conversar com todo mundo para que no final a gente possa ter um texto que agrade a todos."

"Acho que nós vamos ter que fazer algo que não agrade nem a direita e nem a esquerda, mas que agrade a maioria da Câmara", disse o relator. "Eu tenho brincado que vou tentar fazer o que os gregos e os troianos não fizeram, tentar agradar gregos e troianos. Se conseguir, melhor. Se não conseguir, vou tentar fazer uma coisa no meio que possa agradar a maioria da população brasileira."

Paulinho confirmou que se trata de uma proposta mais moderada, não anistia: "Nós não estamos mais falando de anistia. Eu vou procurar alguns governadores neste final de semana e a partir de segunda[-feira], reunião com bancadas pra gente votar o mais rápido possível". Segundo ele, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, será um dos consultados.

O parlamentar descarta ainda a possibilidade do projeto parar no Senado. "A ideia é construir em conjunto com o Senado, para que a gente não tenha esse problema lá no final. A tendência é fazer um texto único. Esse texto será um texto pacificado entre Câmara e Senado", disse.