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Heróis da Pátria
Congresso em Foco
19/10/2025 9:00
Está em análise no Senado o projeto de lei 5081/2025, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), que propõe a inscrição do nome de Honestino Monteiro Guimarães no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.
Na justificativa, Randolfe afirma que Honestino foi uma das figuras mais emblemáticas da resistência democrática durante os anos de repressão militar no Brasil. Nascido em 1947, em Goiás, ele se destacou como liderança estudantil, chegando à presidência do Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e, posteriormente, da União Nacional dos Estudantes (UNE).
"Seu engajamento em prol da democracia, dos direitos civis e da soberania nacional custou-lhe a liberdade e, posteriormente, a vida", escreveu o senador. Guimarães foi preso quatro vezes durante o regime militar e desapareceu após a última detenção, em 1973. Seu atestado de óbito foi entregue à família apenas em 1996, "incompleto: no documento, não constava a causa mortis".
A Comissão Nacional da Verdade reconheceu a responsabilidade do Estado por sua morte e desaparecimento, considerando-o vítima da ditadura. Em 2013, Honestino foi oficialmente anistiado, e a causa de sua morte foi registrada como decorrente de "atos de violência sofridos sob custódia do Estado brasileiro".
Para Randolfe, o reconhecimento é um "ato de justiça histórica e de reafirmação do compromisso do Estado brasileiro com a verdade, a justiça e a democracia".
"Inscrever Honestino Guimarães no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é um ato de justiça histórica e de reconhecimento oficial da importância de sua trajetória na luta pela liberdade, pelos direitos humanos e pelo Estado democrático de direito no Brasil", concluiu o senador na justificativa.
52 anos de memória
Honestino Monteiro Guimarães foi um dos principais líderes estudantis do país durante os anos de repressão da ditadura militar. Nascido em Goiás e estudante de geologia na Universidade de Brasília (UnB), destacou-se pela atuação na reorganização do movimento estudantil após a invasão do campus pelas forças do regime em 1968.
Em 10 de outubro de 2025 completaram-se 52 anos do deparecimento de Honestino. Nesse mesmo dia, em 1973, o então líder da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Distrito Federal foi sequestrado e preso pelo regime militar do Rio de Janeiro. Dias depois, sua mãe, Maria Rosa Leite Monteiro, recebeu um bilhete afirmando que o filho havia sido "internado", termo utilizado como um código para prisões políticas durante a ditadura.
A partir daí, Maria iniciou uma busca incansável por respostas, percorrendo Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, sem nunca encontrar o filho. Na véspera de natal de 1973, foi chamada ao Pelotão de Investigações Criminais (PIC) da capital, com a promessa de que Honestino estaria detido ali. Ao chegar, descobriu que ele não estava no local, e nenhuma autoridade confirmou oficialmente o seu paradeiro.
O PIC, situado dentro do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, era conhecido como centro de detenção e tortura de presos políticos no Distrito Federal. Muitos jovens das décadas de 1960 e 1970 relataram ter sido torturados ali, como revelaram relatos posteriormente reunidos pela Comissão da Verdade da Universidade de Brasília (UnB) e, mais recentemente, em audiência pública promovida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2025. Honestino já havia sido preso no mesmo local em 1968, segundo documentos e depoimentos de ex-colegas.
Livro de Heróis e Heróinas da Pátria
O Livro de Heróis e Heroínas da Pátria é um monumento simbólico da memória nacional, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília. Criado pela Lei nº 11.597, de 2007, o livro reúne nomes de brasileiros e brasileiras que contribuíram de forma relevante para a construção do país e a consolidação da democracia.
Entre os homenageados estão figuras emblemáticas como Zumbi dos Palmares, Tiradentes, Anita Garibaldi, e Ulysses Guimarães. A inclusão de novos nomes depende da aprovação de lei específica pelo Congresso Nacional. Atualmente, o monumento conta com 76 nomes inscritos.
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