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As falsas dúvidas sobre o número de mortes por covid-19

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21/4/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 17:28

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Cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus. Amazonas foi um dos estados mais afetados pela pandemia. Foto: Altemar Alcântara/Secom Manaus

Cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus. Amazonas foi um dos estados mais afetados pela pandemia. Foto: Altemar Alcântara/Secom Manaus
Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra* Desde o início da pandemia, uma avalanche de mensagens criadas por quem nega a gravidade do momento chega à população - especialmente pelas redes sociais - sugerindo que o número de mortes pelo coronavírus estaria sendo inflado. Ou seja, que prefeitos e governadores registrariam, deliberadamente, como covid-19 mortes por outras causas. E o mais grave: que isso aconteceria em virtude de um eventual repasse maior de recursos federais para a saúde vinculados à notificação de óbitos pela doença. Essa fake news, tão repetida de forma irresponsável pelos núcleos de militância mais radicais vinculados ao negacionismo na política brasileira, tem gerado dúvidas e questionamentos. Essas mensagens passam, explicitamente, a ideia de que ninguém mais falece de tuberculose e que o número de mortes por pneumonia e infarto caíram drasticamente por causa de uma notificação manipulada. O post de um deputado estadual diz: "Mais um exemplo do milagre do Covid", junto com o título de uma reportagem de um jornal mineiro que informa não haver casos confirmados de dengue em Belo Horizonte este ano. Esse tipo de atitude tem, claramente, distorcido de forma desonesta a realidade. O número de contaminações por covid-19 em 2020 é muito maior do que a incidência de outras doenças historicamente comuns e frequentes e, por este motivo, o número de mortes pelo vírus também é igualmente mais elevado. Diria até que, pela precariedade do conhecimento sobre sinais e sintomas da doença nos primeiros meses da pandemia, tenha ocorrido inclusive subnotificação dos casos no ano passado. Portaria de julho de 2020 estabeleceu os critérios de repasses de recursos federais especificamente para ações estaduais e municipais de enfrentamento à pandemia. Não há menção a qualquer tipo de transferência de verba vinculada à notificação de mortes pelo coronavírus. Trata-se, então, de mais uma mentira que, na prática, é uma estratégia diversionista de ataque a governos estaduais e municipais que estão assumindo uma postura responsável e assertiva no trato da pandemia. Além disso, convido o leitor a uma reflexão: o que prefeitos e governadores ganhariam com o suposto aumento fictício do número de mortes por covid? Absolutamente nada. Ao contrário, isso abriria espaço para uma eventual crítica sobre a dificuldade da gestão de controlar a pandemia e suas consequências. Ainda é importante registrar a confiança na majoritária e bem-intencionada ação e responsabilidade pública de gestores municipais e estaduais nesses tempos de sofrimento e de dor do nosso povo. O maior exemplo disso é que mesmo prefeitos e governadores ideologicamente alinhados a Jair Bolsonaro têm agido de forma diferente do governo federal. A maioria tem assumido com responsabilidade o que ocorre em suas cidades e estados. Porque não é possível deixar de ser solidário com a população neste momento. Não é possível estar tão próximo da população, principalmente nas cidades, e não se envolver, não ser cobrado e não querer melhorar a situação. Como ex-prefeito de Fortaleza, também vejo a questão pelo ponto de vista da gestão pública. Em primeiro lugar, 27 governadores e quase 5.570 prefeitos precisariam estar mancomunados e perfeitamente alinhados para falsear o número de mortes por covid, o que seria tarefa impossível. E não só isso: para criar uma maquiagem dessa monta seria necessária uma insana cadeia de negação e de crimes, começando pelo médico que notificaria falsamente o óbito, passaria pela conivência da unidade hospitalar, pelos sistemas de verificação de óbito, pelos órgãos técnicos das secretarias de saúde e, por fim, pelos próprios secretários. Algo inimaginável. Não existe político e gestor com tamanho poder para influenciar toda uma hierarquia de servidores e pessoas que, aliás, têm demonstrado respeito e compromisso com a saúde do país, a despeito do péssimo exemplo dado por diversas autoridades. O problema está exatamente em outra esfera. Na falta de clareza, transparência e mesmo compromisso com a publicização dos dados oficiais da pandemia no Brasil. Em junho do ano passado, houve a decisão de restringir o acesso aos dados do Ministério da Saúde. Felizmente, sem maiores efeitos práticos. O consórcio de veículos de imprensa surgiu para garantir à população a transparência e o direito à informação sonegados por essa medida. Na contramão das ações sanitárias propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), os mesmos que desde o início negavam a gravidade da pandemia agora insistem em vender a ideia de um tratamento precoce baseado em um kit, cuja ineficácia é comprovada cientificamente. E vão além ao minimizar a importância do uso da máscara, do distanciamento social e da própria vacina. Cabe a todos nós, defensores da ciência, da boa informação e da vida, desconstruir cada uma dessas falácias que só servem, exclusivamente, para confundir os cidadãos e colocar suas vidas sob risco. *Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra tem 45 anos, é médico sanitarista, PHD em saúde pública e ex-prefeito de Fortaleza (CE) em duas gestões (de 2012 a 2020) e presidente do PDT de Fortaleza.
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