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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Jean Paul Prates
16/6/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:01
"Quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagre", reagiu na ocasião, estreando seu repertório de "e daí?" que chegaria à culminância no menosprezo aos milhares de compatriotas mortos na pandemia da qual é cúmplice.
A indiferença de Bolsonaro com as mortes de tantos brasileiros e brasileiras é nauseante. Mas aquele primeiro "e daí?" poderia ter servido de alerta, não fosse a pandemia de ódio que já se alastrava pelo país.
Desde então, os "e daís?" marcham solenes, dando de ombros diante da perda de gigantes - João Gilberto, Moraes Moreira, Rubem Fonseca, Flávio Migliaccio, Luiz Alfredo Garcia Roza, Aldir Blanc e tantos outros.
Tivesse o presidente o mínimo de noção do que é ser brasileiro, saberia o que representou cada uma dessas mortes.
Tivesse o então candidato um mínimo de apego ao Brasil, perceberia que o Museu Nacional era muito mais do que a morada de Luzia, "a primeira brasileira" - o fóssil humano mais antigo encontrado na América do Sul, com 13 mil anos de idade - ou abrigo do meteorito Bendegó, a casa do Maxacalissauro, dinossauro de 80 milhões de anos.
O que queimou, naquele dia fatídico, foi um conjunto inestimável de estudos, pesquisas, conhecimentos e símbolos inestimável, abrigados na instituição científica mais antiga do Brasil.
O Brasil já experimentou e se beneficiou de uma gestão da Cultura fundada na diversidade, no vasto sentido do que é "ser brasileiro e brasileira".
Nos governos petistas, o trabalho inaugurado por Gilberto Gil no Ministério da Cultura orientou o Estado brasileiro para o reconhecimento do papel estratégico da Cultura, entendida, então, como todas as expressões da vida dotadas de carga simbólica, extrapolando o meramente funcional.
As políticas culturais são essenciais à construção de um país socialmente mais justo e para a afirmação soberana do Brasil no mundo. São elementos de construção e da preservação de nossa identidade e autoestima. São geradoras de emprego, renda e riqueza.
O Brasil é muito maior do que Bolsonaro. O povo que criou o samba, o maracatu e a ciranda, que pariu Chiquinha, Noel, Bandeira, Drummond e Glauber, que canta com Chico e Elza, que embalou Niemeyer e Tarsila e se reinventa todos os dias na irreverência dos meninos e meninas da quebrada vai saber retomar o rumo da felicidade.
Não vai tardar: os inimigos da Cultura não são muitos, nem sabem voar.

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