Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. O que alegam as deputadas que votaram contra a paridade salarial de ...

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Igualdade Salarial

O que alegam as deputadas que votaram contra a paridade salarial de homens e mulheres

Dez deputadas votaram contra o projeto de lei que busca garantir igualdade salarial entre homens e mulheres

Congresso em Foco

13/5/2023 | Atualizado às 20:28

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2019, o rendimento das mulheres representa, em média, 77,7% do rendimento dos homens para as mesmas funções

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2019, o rendimento das mulheres representa, em média, 77,7% do rendimento dos homens para as mesmas funções
Dez deputadas votaram contra o projeto de lei de paridade salarial entre mulheres e homens, aprovado no último dia 4 na Câmara. A proposta exige a igualdade salarial e cria mecanismos de transparência a serem seguidos pelas empresas, além de estabelecer o aumento da fiscalização e das sanções administrativas. Caso haja o descumprimento da igualdade salarial, prevê multa de dez vezes o maior salário pago pela empresa, elevada em 100% se houver reincidência. Por que mulheres votaram contra um projeto que favorece mulheres? O Congresso em Foco procurou as dez deputadas que votaram contra a mudança na lei. Apenas três responderam: Any Ortiz (Cidadania-RS), Adriana Ventura (Novo-SP) e Carolina de Toni (PL-SC). Não retornaram o contato da reportagem: Julia Zanatta (PL-SC), Silvia Waiãpi (PL-AP), Chris Tonietto (PL-RJ), Carla Zambelli (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Rosangela Moro (União-SP), esposa do senador Sergio Moro (União-PR), e Dani Cunha (União-RJ), filha do ex-deputado Eduardo Cunha. Explicações A deputada Any Ortiz, uma das mulheres a votar contra, considera que o projeto não favorece todas as mulheres, uma vez que é voltado para empresas com mais de cem funcionários e boa parte do país atua em microempresas. "Se o relatório é tão fundamental para combater a desigualdade salarial, por que essa lei não valeria para todas as trabalhadoras?", questionou a deputada.  Ainda segundo Any, outro problema decorre do fato de o texto exigir das empresas documentação para comparação dos salários. "Se essas informações forem para o governo é redundante, pois o governo já tem essas informações, e se forem para o público, não há garantia do sigilo das informações, garantido pela LGPD", afirmou a parlamentar. "Eu vou ser contra o projeto por entender que ele não consegue atacar o objetivo da questão do respeito à lei que já existe", completou. Já a deputada Adriana Ventura, que também se posicionou contra a paridade salarial de gênero, afirma que o PL "não inova em nada em relação à legislação sobre equiparação salarial e aumenta a burocracia", uma vez que, para a parlamentar, a igualdade salarial já é garantida na Constituição de 1988.  "Minha preocupação é com o clima de 'guerra dos sexos' e a litigância que isso pode gerar dentro das empresas, já que avaliar equiparação salarial não é simples pois deve cumprir requisitos como mesma função exata, mesmo tempo de casa, entre outros", alegou Adriana.  "A diferença salarial, que vemos nos dados do IBGE, é uma estatística macro, que retrata a inserção da mulher no mercado de trabalho como um todo. E mostra a predominância masculina em cargos com maior remuneração. Isso é diferente dos dados internos de cada empresa. Esses microdados já estão disponíveis ao Ministério do Trabalho, por meio da RAIS e do e-social. Não é preciso uma nova lei para o Ministério do Trabalho fiscalizar e autuar se houver empresas sem equiparação salarial", argumentou a deputada. Para ela, precisam ser discutidas ações que incentivem a "ascensão e a permanência das mulheres em suas carreiras profissionais, de forma que tenhamos mais mulheres em posições de chefia, de gerência, nas diretorias e conselhos das empresas". A deputada Carolina de Toni alega que o "projeto do governo Lula" consiste em criar "regras e burocracias que prejudicam as mulheres e as empresas". Segundo a deputada, com a proposta aprovada, os gestores igualarão o salário de todos à remuneração de quem ganha menos. Além disso, argumenta, as multas, as burocracias e as regras novas farão com que menos mulheres sejam contratadas. "Eu defendo a liberdade econômica. Os critérios para se pagar mais a alguém são muito variados e o projeto de lei é pobre e reducionista em suas descrições", disse a parlamentar. Deputadas que votaram a favor da proposta criticaram o voto das colegas que se posicionaram contrariamente à paridade salarial de gênero. Para Fernanda Melchionna (Psol-RS), o projeto representa uma "vitória importante na busca por igualdade salarial". "Mulheres recebem em média 22% a menos que homens para as mesmas funções, e as mulheres negras até 50% a menos. A lei avança em trazer multas e responsabilização das empresas que praticarem essa ilegalidade. Agora é lutar para ser aprovada no Senado e começar a ser posta em prática", afirmou a parlamentar Uma das coordenadoras da bancada feminina, Sâmia Bomfim (Psol-SP) reconhece que as deputadas têm muitas divergências na hora de votar, embora alguns temas tenham consenso, como a violência contra mulher, saúde da mulher e garantia dos direitos políticos. "A bancada feminina é bastante dividida, porque tem diferentes visões de mundo, visões ideológicas. Tem deputadas assumidamente feministas, que são militantes da área, e tem as deputadas bolsonaristas, que negam o feminismo, que negam qualquer ação afirmativa ou a luta por direitos para enfrentar a desigualdade de gênero", disse. Desigualdade histórica De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2019, o rendimento das mulheres representa, em média, 77,7% do rendimento dos homens para as mesmas funções. Entre os principais grupos de trabalho, a menor proporção é observada em cargos de direção e gerência, uma vez que os salários de mulheres equivalem a 61,9% dos salários de homens. Em seguida estão profissionais das ciências e intelectuais, grupo em que o rendimento feminino é 63,6% do rendimento masculino.  A proposta foi enviada pelo presidente Lula em março deste ano, e a Câmara dos Deputados aprovou no último dia 4 o substitutivo apresentado pela relatora, deputada Jack Rocha (PT-ES). Foram 325 votos a favor e 36 contra, sendo dez deles votos de mulheres. O texto segue agora para votação no Senado. Embora a igualdade salarial seja garantida na Constituição de 1988, não são instituídas formas de assegurar o cumprimento da lei. O novo projeto declara que as empresas deverão apresentar relatórios para que fiscais possam comparar os valores pagos a homens e mulheres. Além disso, é prevista a divulgação de canais específicos para denúncias, além da promoção e implementação de programas de diversidade e inclusão no ambiente de trabalho por meio da capacitação de gestores. Outra mudança presente no texto  é que a empresa pode ser dispensada da exigência de igualdade salarial quando adotar, por meio de negociação coletiva, plano de cargos e salários, regra que não consta na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).   Confira o projeto de lei na íntegra: 
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

mulheres desigualdade salarial machismo paridade salarial votos contrários à paridade salarial

Temas

Direitos Humanos Congresso Notícia

LEIA MAIS

GOVERNO

Haddad entra em férias com impasse do IOF a pleno vapor

COMÉRCIO

Câmara vota fim da regra que exige acordo para trabalho em feriados

AGENDA DA SEMANA

Pauta do Senado tem projeto de aumento do número de deputados

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

SERVIÇO PÚBLICO

Câmara acelera debate da reforma administrativa antes do recesso

2

COMÉRCIO

Câmara vota fim da regra que exige acordo para trabalho em feriados

3

GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Grupo de políticos brasileiros tenta sair de Israel pela Jordânia

4

Agenda

Lula participa de Cúpula do G7 no Canadá

5

Data simbólica

Há 63 anos, o Acre era elevado à categoria de Estado

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES