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Congresso em Foco
14/3/2018 | Atualizado às 0:18
Durante as discussões de plenário, deputados contrários à alteração alegaram que grande parte da população já se acostumou ao horário do programa, há mais de 30 anos veiculado às 19h - o ritual radiofônico acabou por dar ao programa, que tem caráter governamental, o bordão "Em Brasília, 19 horas". Nesse sentido, parlamentares defenderam o direito constitucional à informação e lembraram que trabalhadores rurais, por exemplo, têm o costume de dormir cedo e muitos só o fazem depois de ouvir as informações dos três Poderes. PCdoB, Rede e Psol protagonizaram as reclamações contra a matéria. "Eu vi o presidente ilegítimo Michel Temer fazendo loas a uma conquista que efetivamente é do povo brasileiro, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, assinado no governo Dilma. Esse foi um dos poucos projetos estratégicos das Forças Armadas concluídos, e o presidente Temer disse que tinha sido uma obra do seu governo. Eu pude escutar isso e pude escutar também as vozes da oposição que cotidianamente denunciam a desconstrução que está em curso neste país. E esta Casa pode cometer a irresponsabilidade de tirar a voz da pluralidade do pensamento político do país", declarou em plenário a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), para quem a flexibilização é um "golpe na pluralidade do pensamento". Por outro lado, defensores da mudança defenderam que os tempos mudaram e que o horário do programa deveria acompanhar os movimentos da sociedade. líder do PDT na Câmara, deputado André Figueiredo (CE), vocalizou a defesa do texto e disse que, com a flexibilização, o alcance do programa será ampliado. Para André, rádios legislativas, por exemplo, poderão veicular as sessões de plenário sem interrupção da Voz do Brasil. "A Voz do Brasil é um dos programas que temos a missão de defender. Mas, evidentemente, os tempos hoje são outros", argumentou o pedetista, para quem trabalhadores urbanos, que consomem horas de seu cotidiano em deslocamento casa-trabalho, terão mais chances de acompanhar o programa. Durante a votação da matéria, dois destaques foram aprovados para retirar conteúdos enxertados no texto por senadores. Um deles restabeleceu redação da Câmara que assegura a transmissão do programa, na íntegra, dentro de uma janela de transmissão que fixa o intervalo das 19 horas às 22 horas, das segundas às sextas-feiras. Hora do Brasil O primeiro nome do programa foi "Programa Nacional". Entre 1935 e 1962, o noticiário passou a ser chamado de "Hora do Brasil". Nos mais de 80 anos de transmissão, período que engloba duas ditaduras, o caráter nacionalista sempre marcou a identidade do programa - cabe mencionar que, com a ascensão de Michel Temer à Presidência, a vinheta de abertura, que ganhou versão de capoeira nos governos Lula (2003-2010), voltou a ter tema de inspiração militar. No ar desde julho de 1935, a Voz do Brasil já foi transmitido com diferentes nomes até 1971, quando adotou o atual título. Só em 1962, quando entrou em vigor o Código Brasileiro de Telecomunicações, o Poder Legislativo ganhou o direito de ter suas informações noticiadas na segunda metade do programa, que transmite uma hora de noticiário. Em 2016, a matéria tramitou como medida provisória. Naquele ano, que marcaria a saída definitiva de Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, em 31 de agosto, a oposição da época (PSDB, DEM, etc) acusou a linha editorial do programa de defender a petista contra os defensores do processo de afastamento.
<< Plenário rejeita último destaque e conclui votação da MP da Voz do Brasil << Oposição acusa A Voz do Brasil de fazer defesa de Dilma
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