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SENADO
Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Edson Sardinha
27/11/2024 | Atualizado 28/11/2024 às 15:13
Mensagem reproduzida pela PF de conversa entre Wajngarten a Mauro Cid[/caption]
A investigação também registrou conversas do próprio senador que indicam participação no esquema. Mensagens trocadas entre ele o ex-deputado cassado Daniel Silveira (RJ) revelam tentativas de coação para que Do Val gravasse Moraes confessando uma violação da Constituição, algo que, segundo Silveira, ajudaria na execução do golpe. Trocas de mensagens entre o capixaba e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) também indicam que o senador buscava embaraçar as investigações, tentando associar o novo governo aos esforços de desestabilização.
"Em mensagens enviadas pelo Senador Marcos do Val à deputada federal Carla Zambelli, o congressista evidencia seu elemento subjetivo criminoso em embaraçar as investigações envolvendo a tentativa de golpe de Estado e em descredibilizar o ministro Alexandre de Moraes", mostra trecho do relatório. O general Mario Fernandes, preso pela PF como um dos cabeças do plano, também fez anotações que indicam que Do Val tinha a intenção de "demonizar" Moraes.
De acordo com os investigadores, o senador se uniu a uma campanha para expor e intimidar policiais federais, desacreditando seus trabalhos. Seu conteúdo nas redes sociais, ressalta o relatório, tornou-se cada vez mais agressivo, com frequentes ataques ao ministro do STF e aos agentes que investigam violações de direitos humanos.
Marcos do Val já é investigado por crimes como corrupção de menores e divulgação de informações protegidas. O senador, cujo perfil em redes sociais foi bloqueado como parte das investigações, continua a se defender e a interagir com seus apoiadores por meio de publicações que estão acessíveis apenas no exterior. Entre as publicações, várias imagens depreciativas e ataques contra Alexandre de Moraes, além de fake news sobre um plano do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para prender e manter o ministro detido na base de Guantánamo.
Em uma conversa pelo WhatsApp com a deputada Carla Zambelli, Do Val afirmou que acusou Bolsonaro, na entrevista à Veja, como estratégia para pressionar pela criação da CPMI dos Atos Golpistas. Segundo ele, o objetivo era desviar a responsabilidade de Bolsonaro e atribuir a culpa pelos atos de 8 de janeiro de 2023 ao presidente Lula e ao então ministro da Justiça, Flávio Dino.
Na conversa com Carla Zambelli, o senador afirma que usou a entrevista "como isca para a imprensa vir em peso, quatro coisas":
"1. "Reunião com Bolsonaro e Daniel, para que eu pudesse gravar o ministro em uma suposta tentativa de golpe contra a democracia. (a reunião em si, não configura crime, mas deixei a imprensa achar que era)"
2. "Dando a entender para a imprensa que prevariquei
(Senador da república não respondem por prevaricação)"
3. "minha desistência do cargo de senador da República ."
4. "versões desencontradas do local onde a reunião aconteceu, dando a entender que estava mentindo ou ficando doido."
O plano, no entanto, não deu certo, já que ele se licenciou do mandato durante as investigações da comissão e Bolsonaro foi o principal alvo do relatório final da CPMI.
Senador descredibiliza inquérito
Em quase uma hora de entrevista com a reportagem, o senador Marcos do Val atacou o ministro Alexandre de Moraes, tentou descredibilizar o inquérito da Polícia Federal e pouco se defendeu das acusações. "Esse relatório não vai dar em nada, é lixo, é desespero", iniciou o congressista. Em relação ao plano para gravar o magistrado, o senador manteve a narrativa de que foi procurado apenas pelo ex-deputado Daniel Silveira.
"Não foi o Bolsonaro, não. Foi o Daniel Silveira", disse Do Val. "Você sabia que reuniões assim não são crime?", acrescentou sobre a reunião em que foi discutido o plano para gravar o ministro do STF. Este foi o mesmo argumento que apresentou à deputada Carla Zambelli.
Sobre as acusações de "dificultar e embaraçar os procedimentos investigatórios relacionados à tentativa de golpe de Estado", Marcos do Val rebateu que não expôs o policial federal Fábio Schor. O relatório da PF, por outro lado, mostra prints de publicação em que o senador expõe o rosto e ataca o profissional. Após isso, diversos outros veículos e parlamentares passaram a expor a imagem do Delegado, "com o objetivo de expor, intimidar e causar embaraço às apurações".
O Congresso em Foco procurou a assessoria de Fabio Wajngarten. Não houve retorno até o momento. Este texto será atualizado caso haja retorno.Temas
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