Apontado como responsável pelo depósito de R$ 25 mil feito na conta do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o empresário Eurípedes Soares confirmou que fez a transação financeira para que o rapaz, de 24 anos, desistisse de entrar na Justiça com um processo de reconhecimento de paternidade. Dono da Viação Soares, uma empresa de ônibus de Teresina (PI), Eurípedes disse, em entrevista ao jornalista Expedito Filho, de O Estado de S. Paulo, que deu o dinheiro ao caseiro para que ele não contasse a história à sua família.
"Para me amedrontar, ele disse que falaria para minha família. Aí, me derrubou todinho. Mandei o dinheiro para evitar um escândalo para minha mulher e minhas duas filhas", explicou. Segundo ele, o pagamento foi feito em três vezes e a primeira parcela foi tomada emprestada por um ex-funcionário de sua empresa.
Apesar do acordo, o empresário negou que seja o verdadeiro pai do caseiro. Gaguejando, o empresário demonstrou nervosismo ao tocar no suposto relacionamento extraconjugal que teria tido com Benta Maria dos Santos Costa, mãe do rapaz. "São 25 anos... nunca, nunca me lembro. Se tive um negócio desses com a mãe dele, que mora na cidade de Nazária, eu não lembro", defendeu-se.
Dono da Viação Soares, com 22 ônibus velhos - o mais novo é de 2002 e mais antigo data de 1979 -, o suposto pai de Francenildo é um homem modesto como sua empresa. Mora numa casa simples em um bairro de classe média e costuma andar pelas ruas de Teresina em uma picape Pampa e um Del Rey. Segundo a reportagem, o advogado do empresário, Palha Dias, não permitiu que seu cliente falasse da possibilidade de fazer um teste de DNA.