Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
24/3/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:36
 
 
 O teto de gastos tem como principal função se contrapor à tendência dos governos de gastar mais do que deve. Isso ocorre por diversas razões, fartamente documentadas na literatura econômica. Além disso, regras fiscais também têm o papel de dar credibilidade necessária para políticas econômicas, pois, sem elas, famílias e empresas podem acabar por temer o uso de gastos oportunistas do governo, reagindo de forma negativa, o que teria efeitos prejudiciais à economia.
Desse modo, há de se questionar se, de fato, valeria a pena nesse momento de incerteza, flexibilizar o teto de gastos. Até porque, mesmo mantendo-o como está hoje, ainda assim o Governo poderia aumentar seu gasto para medidas de compensação devido à provável recessão que está para ocorrer.
O teto de gasto estimado para 2020 é de R$ 1,45 trilhões. Segundo o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de Março de 2020, da Instituição Fiscal Independente (IFI), há uma "folga" entre a projeção de despesa primária e o teto em R$ 26 bilhões. Isso ocorre porque o Governo Federal definiu uma meta de resultado primário (ou seja, a subtração das receitas e despesas não financeiras) com despesa abaixo do teto.
Além espaço de gasto, a própria lei do teto prevê que políticas de resposta a calamidades públicas não estariam limitadas. O Governo já enviou ao Congresso o reconhecimento desse status para a situação atual, o que já foi aprovado na Câmara.
Como se vê, o teto de gastos cumpre papéis importantes, tanto de dar previsibilidade e credibilidade à política fiscal do governo, quanto de conter imperfeições do sistema política, como influência dos grupos de interesse, que tende a aumentar o gasto acima do desejável. E, tendo em vista que no formato que está, ainda permite que o Governo Federal use maiores recursos em momentos de calamidade pública, além de para o próprio ano de 2020 permitir um aumento de gasto no montante de R$ 26 bilhões, não há razão para flexibilizá-lo nesse momento.
Leia outros artigos de opinião de Daniel Duque
*Daniel Duque é economista e mestre em economia pela UFRJ, trabalhando como head de Inteligência Técnica no CLP - Liderança Pública, e como consultor do Ibre/FGV, Banco Mundial e assistente de pesquisa da PUC-RJ e FGV-Rio.
 O teto de gastos tem como principal função se contrapor à tendência dos governos de gastar mais do que deve. Isso ocorre por diversas razões, fartamente documentadas na literatura econômica. Além disso, regras fiscais também têm o papel de dar credibilidade necessária para políticas econômicas, pois, sem elas, famílias e empresas podem acabar por temer o uso de gastos oportunistas do governo, reagindo de forma negativa, o que teria efeitos prejudiciais à economia.
Desse modo, há de se questionar se, de fato, valeria a pena nesse momento de incerteza, flexibilizar o teto de gastos. Até porque, mesmo mantendo-o como está hoje, ainda assim o Governo poderia aumentar seu gasto para medidas de compensação devido à provável recessão que está para ocorrer.
O teto de gasto estimado para 2020 é de R$ 1,45 trilhões. Segundo o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de Março de 2020, da Instituição Fiscal Independente (IFI), há uma "folga" entre a projeção de despesa primária e o teto em R$ 26 bilhões. Isso ocorre porque o Governo Federal definiu uma meta de resultado primário (ou seja, a subtração das receitas e despesas não financeiras) com despesa abaixo do teto.
Além espaço de gasto, a própria lei do teto prevê que políticas de resposta a calamidades públicas não estariam limitadas. O Governo já enviou ao Congresso o reconhecimento desse status para a situação atual, o que já foi aprovado na Câmara.
Como se vê, o teto de gastos cumpre papéis importantes, tanto de dar previsibilidade e credibilidade à política fiscal do governo, quanto de conter imperfeições do sistema política, como influência dos grupos de interesse, que tende a aumentar o gasto acima do desejável. E, tendo em vista que no formato que está, ainda permite que o Governo Federal use maiores recursos em momentos de calamidade pública, além de para o próprio ano de 2020 permitir um aumento de gasto no montante de R$ 26 bilhões, não há razão para flexibilizá-lo nesse momento.
Leia outros artigos de opinião de Daniel Duque
*Daniel Duque é economista e mestre em economia pela UFRJ, trabalhando como head de Inteligência Técnica no CLP - Liderança Pública, e como consultor do Ibre/FGV, Banco Mundial e assistente de pesquisa da PUC-RJ e FGV-Rio. 

SEGURANÇA PÚBLICA
Derrite assume relatoria de projeto que trata facções como terroristas
Câmara dos Deputados
Comissão debate isenção de registro para professor de educação física