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Beth Veloso
Beth Veloso
14/6/2017 | Atualizado às 11:28
[fotografo]Andrew Fysh/Creative Commons/EBC[/fotografo][/caption]Em A Euforia Perpétua, livro que vale centenas de comentários, Pascal Bruckner fala de uma estranha fábula: a de uma sociedade inteiramente voltada para o hedonismo e para a qual tudo se torna irritação, suplício. Tradução: infelicidade não é mais somente infelicidade, é o fracasso da felicidade.
Em resumo, na internet, é proibido ser infeliz! No real, ninguém tem controle sobre a própria felicidade, mas a ordem burguesa nos diz: mediocridade, platitude, vulgaridade. Tão atual nos parecem tais valores no espaço virtual, não?
Queremos alinhar nossos prazeres, triunfar na vida profana e moldar a felicidade numa generalidade oca que faz de nossos frágeis sentimentos um verdadeiro entorpecente coletivo ao qual todos devem se entregar. Bem, A Euforia Perpétua poderia ser a anti-Bíblia da era moderna, se não fosse simplesmente genial como antítese ao dever da felicidade selado na gangorra de "like" hoje e amigos bloqueados amanhã.
Nesse culto à felicidade banalizada, o funil da alegria se torna o buraco negro do universo falso moralista: "eu amo demais a vida para querer ser apenas feliz!", já dizia o filósofo francês Mirabeau. Bruckner diz que o que nos leva a maldizer a banalidade, como nos microblogs e videoblogs, é o mesmo que nos leva a aceitá-la: a felicidade acaba quando a infelicidade começa. E não há Facebook, Instagram, Snapchat que resolva esta contradição.
Mande suas dúvidas, críticas e sugestões para [email protected].
Coluna produzida originalmente para o programa Papo de Futuro, da Rádio Câmara. Pode haver diferença entre o áudio e o texto.
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