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Lydia Medeiros
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Cenário político
15/12/2025 9:00
Flávio Bolsonaro anunciou que foi o escolhido pelo pai, Jair, para disputar a Presidência em 2026. Segundo líderes de partidos de direita e de centro, o senador não avisou que faria o comunicado. Lançou-se em voo solo. Recebeu um "boa sorte" de Gilberto Kassab, presidente do PSD. O deputado Doutor Luizinho Teixeira, líder da bancada da federação PP-União Brasil, afirmou que o gesto liberou o grupo para construir uma candidatura alternativa.
De um quarto que lhe serve de cela na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, o ex-presidente, ao autorizar a candidatura do filho 01, conseguiu isolar ainda mais seu partido, o PL, e abrir caminho para uma reorganização da centro-direita na disputa eleitoral.
Esse isolamento é ainda mais visível no Congresso. Horas depois de divulgar sua candidatura, Flávio disse que poderia mudar de ideia, mas que haveria um "preço": a anistia a Jair Bolsonaro e a restituição de seus direitos políticos. A Câmara decidiu tomar outro rumo: aprovou o "PL da Dosimetria", que, se confirmado pelo Senado, poderá reduzir a pena do ex-presidente, de 27 anos, mas ainda o deixará fora das urnas.
O caminho escolhido pela família Bolsonaro divide o bloco, mas também pode permitir a construção de uma candidatura de centro-direita. É a aposta de Kassab — que mantém três ministérios no governo Lula. O governador Tarcísio de Freitas, um leal bolsonarista, tem sido diplomático. Ele é o preferido da elite econômica paulista para disputar com Lula, mas, mantida a decisão de Flávio, optará mesmo pela reeleição. Emerge naturalmente, então, o nome de Ratinho Junior, do PSD, considerado politica e eleitoralmente mais viável do que Ronaldo Caiado (UB) ou Romeu Zema (Novo).
O risco dessa candidatura, seja a de quem for — Ratinho, Zema, Caiado ou outro — é deixar desunida a centro-direita e estimular esses partidos a preferir investir tempo, energia e recursos na eleição legislativa. Essa foi a trajetória histórica de partidos como o MDB e o antigo PFL (depois Democratas e hoje União Brasil). É considerada a melhor opção por metade da bancada do PP na Câmara, admitiu Luizinho Teixeira. Ter maioria legislativa, hoje, representa maior poder sobre o Orçamento federal e o direito a um fundo partidário milionário. Um bom negócio.
A escolha de Jair Bolsonaro enfraquece sua liderança e mexe com a centro-direita. Boa parte desse campo gostaria de sair da sombra do ex-presidente, mas sem abrir mão dos votos que ele carrega. Esses partidos terão de trabalhar mais, caso o sobrenome Bolsonaro esteja mesmo na disputa. Até aqui, o maior beneficiado é Lula, o adversário comum. Dias atrás, o presidente ironizou: "Quem inventa muito nome é porque não tem nenhum."
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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