Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Colunas >
  3. Excludente de ilicitude | Congresso em Foco

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News
LEIA TAMBÉM

Paulo Castelo Branco

O voo livre do presidente

Paulo Castelo Branco

É bom começar a escolher seu candidato

Paulo Castelo Branco

Cancelamento de obituário

Paulo Castelo Branco

O presidente é o vírus

Paulo Castelo Branco

Taturana de fogo no Planalto

Excludente de ilicitude

Paulo Castelo Branco

Paulo Castelo Branco

26/2/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 16:31

A-A+
COMPARTILHE ESTA COLUNA

Jorge ficou viúvo logo após a aposentadoria e, sem saber o que fazer, após o período de nojo, criou uma página no Facebook dedicado a defender o governo contra àqueles a quem chamava de invejosos, comunistas e sem fé. >"Criar tensão institucional não ajuda o país", diz Maia sobre Bolsonaro Durante o dia, saía às ruas com uma camiseta preta da época das eleições; a camiseta trazia estampada a imagem do mito. À noite, depois de um lanche reforçado no fastfood próximo à sua casa, onde discutiu com outros fregueses que ali frequentavam só para provocá-lo, seguia o seu rumo. Debaixo do chuveiro, lavava a camiseta como se fosse um troféu e a colocava para secar na varanda. Tentara comprar uma outra peça, mas ninguém vendia. Houve um dos rapazes do fastfood que, de molecagem, ficou colocando preço na camiseta até chegar a mil reais; Jorge pensou e negou-se a aceitar a proposta. Outro dia, lendo o jornal, soube que havia sido liberada a compra, posse e porte de armas de calibres mais potentes e que, idosos, com mais de setenta anos, teriam a pena reduzida, além de serem amparados pela excludente de ilicitude ao se cometer algum assassinato sob forte emoção. Jorge foi a uma loja verificar quanto custava a automática .40.  Achou cara. O vendedor perguntou a sua idade e ele respondeu que faria 70 anos em dezembro de 2019. Foi alertado que, para receber o certificado de porte, deveria fazer e ser aprovado em curso regular de treinamento; desistiu. Conversando com o porteiro do prédio comentou a dificuldade de adquirir uma arma. O porteiro disse-lhe que havia uma "feira do rolo", numa cidade vizinha. No sábado seguinte, pegou o metrô e foi até lá. Caminhou entre os objetos expostos e não viu nenhuma arma. Comeu um pastel com caldo de cana e observou o local. O vendedor, vendo a sua camiseta política comentou: - O homem é dureza, grosso e direto. Este negócio da gente poder andar armado para enfrentar a bandidagem é muito bom. O senhor tem arma? - Várias; não tenho porte e estou querendo uma .40. - O Zé "Tiro Certo" sempre tem para vender:  - Ô Zé, tenho um cliente para você, gritou para um homem alto, forte e mal encarado. O Zé perguntou qual o calibre que Jorge queria, .40, respondeu. Tenho duas, 5 paus, e aceito cartão. Jorge fechou o negócio em 3 parcelas sem juros. Zé trouxe a pistola, a mostrou discretamente envoltas em folhas de jornal e a colocou numa sacola de supermercado. Jorge pegou o metrô e voltou. Em casa examinou a arma, as munições e viu que a identificação estava raspada. Foi para o computar verificar qual era a pena aplicada a pessoas com mais de 70 anos, na hipótese de ser pego pela polícia. Leu e releu a lei, observando que os idosos septuagenários cumpriam metade da pena prevista. No dia seguinte, terça-feira de Carnaval, ainda de madrugada, pegou um ônibus que soube ser alvo constante de assaltos. Sentou-se no banco traseiro e colocou a arma no colo, coberta com o jornal do dia. O veículo ficou lotado logo na saída do ponto. Na terceira parada, um rapaz entrou de arma em punho e anunciou: - Todos os celulares, joias e grana na sacola, o meu companheiro vai passar pelo corredor. Não adianta esconder, porque iremos revistar os que estão assustados. Quando o marginal chegou até Jorge foi surpreendido com a sua reação, mas insistiu com a arma voltada para o seu peito: - Olha aí véi, tua arma não serve para nada.  Jorge puxou o gatilho e o disparo pipocou. Apertou de novo, e nada. O delinquente puxou uma faca, tomou a arma de Jorge, o celular, as duas alianças, a camiseta preta do mito, e cinquenta reais: - Valeu, véi doido. Vou dar uma espetada na sua coxa como lembrança da aventura. Saiu rindo. >Mais textos do colunista Paulo Castelo Branco  
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Congresso em Foco Bolsonaro arma de fogo porte de armas paulo castelo branco excludente de ilicitude

Temas

Justiça Governo Colunistas Congresso
COLUNAS MAIS LIDAS
1

Poder Legislativo

Um Parlamento mais forte e mais representativo?

2

ECONOMIA

O dia em que Wall Street dobrou Trump

3

GOVERNO DO BARULHO

Big, beautiful, brutal: o orçamento MAGA 2025

4

Sistema Político

Crise no presidencialismo de coalizão ameaça a governabilidade

5

valores coletivos

Melhore o mundo! Dissolva o Medo

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES